ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 24-4-2014.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de abril do ano de dois mil e quatorze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Elizandro Sabino, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, João Derly, Lourdes Sprenger, Mario Fraga, Mônica Leal, Paulo Brum e Tarciso Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, a Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Clàudio Janta, Delegado Cleiton, Dr. Thiago, Engº Comassetto, Idenir Cecchim, Jussara Cony, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: o Projeto de Lei do Legislativo nº 033/14 (Processo nº 0499/14), de autoria do vereador Dr. Thiago; os Projetos de Lei do Legislativo nos 010 e 035/14 (Processos nos 0215 e 0466/14, respectivamente), de autoria do vereador Marcelo Sgarbossa; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 003/14 e o Projeto de Lei do Legislativo nº 038/14 (Processos nos 0374 e 0487/14, respectivamente), de autoria do vereador Márcio Bins Ely; e o Projeto de Lei do Legislativo nº 256/13 (Processo nº 2216/13), de autoria do vereador Professor Garcia. Após, foi apregoado o Memorando nº 012/14, de autoria do vereador Engº Comassetto, deferido pelo Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, hoje, na solenidade de posse do Conselho Estadual das Cidades, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 012/14, de autoria do vereador Alberto Kopittke, informando, nos termos dos §§ 6º e 7º do Regimento, sua participação, hoje e amanhã, de encontro regional do Conselho de Segurança do Estado do Rio Grande do Sul. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 001/14, do vereador Roberto Stodulski, Presidente da Câmara Municipal de Carlos Gomes – RS. A seguir, a Presidenta registrou a presença, neste Legislativo, de Luiza Neves, Secretária Municipal do Trabalho e Emprego, convidando-a a integrar a Mesa dos trabalhos. Em prosseguimento, a Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Fernando Quintana, Cônsul Honorário do Equador, que discorreu sobre as relações econômicas e culturais atualmente mantidas pelo Equador com o Município de Porto Alegre. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Reginaldo Pujol, Engº Comassetto, Tarciso Flecha Negra, João Derly, Guilherme Socias Villela, Lourdes Sprenger, Dr. Thiago e Clàudio Janta manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e quarenta e três minutos às quatorze horas e quarenta e seis minutos. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES destinado a assinalar o transcurso do Dia do Trabalhador, nos termos do Requerimento nº 018/14 (Processo nº 0500/14), de autoria do vereador Clàudio Janta. Compuseram a MESA: o vereador Professor Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Luiza Neves, Secretária Municipal do Trabalho e Emprego; Marcelo Furtado, Presidente em exercício da Força Sindical-RS; e Luis Carlos Barbosa, Diretor da Federação Intermunicipal de Sindicatos de Trabalhadores no Comércio de Bens e de Serviços da Força Sindical no Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Clàudio Janta, Dr. Thiago, este em tempo cedido pelo vereador Guilherme Socias Villela, e Reginaldo Pujol, em tempo cedido pelo vereador Idenir Cecchim. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Delegado Cleiton, Bernardino Vendruscolo, Waldir Canal, Mario Fraga e Tarciso Flecha Negra e a vereadora Lourdes Sprenger. Após, o Presidente concedeu a palavra a Marcelo Furtado e Luis Carlos Barbosa, que se manifestaram acerca do Dia do Trabalhador. Os trabalhos foram suspensos das quinze horas e cinquenta e um minutos às quinze horas e cinquenta e oito minutos. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Dr. Thiago, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a tratar de questões atinentes às Estações Rádio Base (ERBs) no Município de Porto Alegre. Compuseram a Mesa: o vereador Professor Garcia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; e Edgar Bortolini e Eduardo Peres, respectivamente Presidente e Vice-Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia – COMCET. Após o Presidente concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, incisos I, a Edgar Bortolini, que se pronunciou sobre o tema em debate. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se os vereadores Dr. Thiago, em tempo próprio e em tempo cedido pelo vereador Delegado Cleiton, Airto Ferronato, Idenir Cecchim, Fernanda Melchionna, Clàudio Janta e Alceu Brasinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Clàudio Janta. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Edgar Bortolini. Às dezessete horas e trinta e dois minutos, foram suspensos os trabalhos. Durante a Sessão, os vereadores Dr. Thiago, Fernanda Melchionna, Delegado Cleiton e Airto Ferronato manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, dos vereadores Gerson de Moura e Peter Linhares, respectivamente das Câmaras Municipais de Horizontina e Caçapava – RS –; e de Flávia do Canto Pereira, Presidenta do Programa Estadual de Defesa do Consumidor. Às dezessete horas e trinta e três minutos, constatada a inexistência de quórum para reabertura dos trabalhos, o Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Professor Garcia, Mauro Pinheiro e Delegado Cleiton e pela vereadora Any Ortiz e secretariados pelo vereador Guilherme Socias Villela. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Convidamos para fazer parte da Mesa a Sra. Luiza Neves, Secretária Municipal do Trabalho e Emprego.

A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo às relações do Equador com a cidade de Porto Alegre. O Sr. Fernando Quintana, Cônsul Honorário do Equador, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. FERNANDO QUINTANA: Ver.ª Any Ortiz, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, para mim, é uma honra usar esta tribuna. Em primeiro lugar quero agradecer a orientação do amigo Ver. João Derly para fazer uso da mesma. Em segundo lugar, quero deixar o agradecimento do meu país pela enorme acolhida que tivemos desde que a Federação Equatoriana de Futebol escolheu este Estado como sua casa durante a Copa de 2014.

No mês de janeiro deste ano, a escolha do centro de treinamento na cidade de Viamão, no Hotel Vila Ventura, deu início a uma série de encontros entre as autoridades do Governo do Estado, dos Municípios de Porto Alegre e de Viamão com o Governo Equatoriano.

Durante os dias 17 a 19 de fevereiro, houve a visita oficial do Embaixador do Equador ao Estado, sendo recebido pelas mais altas autoridades. O objetivo da visita era definir uma série de projetos visando à aproximação de nossos povos.

Estamos trabalhando em uma agenda que abarca temas de turismo, investimentos conjuntos e projetos culturais. Por mais de vinte anos esta Cidade me acolhe – eu tomei água do Guaíba, minha família é gaúcha, minha esposa é gaúcha.

Com esse carinho, somado ao sentimento de acolhida recebida dos gaúchos, começamos um diálogo de aproximação institucional com os nossos governos. Dirigidos pelo nosso Embaixador, em Brasília, conseguimos construir uma agenda para que o Presidente da República do Equador, o economista Rafael Correa, viesse ao Estado do Rio Grande do Sul. Nesse sentido, a agenda do Presidente Correa ficou definida para o dia 11 de junho. O avião presidencial chega na base militar de Canoas e se traslada para a cidade de Viamão.

O Presidente visitará a nossa seleção no Centro de Treinamento e, após um almoço, se dirigirá à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde proferirá uma aula magna, e falará na nova era que o Equador vive, o Projeto do Bom Viver, em que o eixo fundamental do desenvolvimento econômico e social é o ser humano em harmonia com a natureza.

A permanência do Presidente no Estado, para aonde viaja exclusivamente, será muito rápida, após inaugurar a exposição de arte Guaia Sanin, artista declarado patrimônio cultural da América Latina pela Unesco, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e depois retornará ao Equador.

Na área cultural, estamos desenvolvendo uma série de palestras que nos permitem falar do Equador, sua cultura, sua história, sua gente. Temos atendido a pedidos de diferentes municípios e instituições do Estado, como exemplo, a Escola de Gestão Pública da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Hospital Moinhos de Vento, município de Rolante, com seu Projeto Copa na Escola, município de São Leopoldo, município de Cachoeirinha, município de Viamão. Viamão se veste de amarelo para receber o Equador.

No dia de ontem, tivemos a grata alegria de inaugurar uma confeitaria que mudou o seu nome original para “Que Delicia, Equador em Viamão”. Este ato dá início a uma série de ações proativas que o Prefeito Valdir Bonatto está organizando. Esta inauguração teve um efeito simbólico de importância, gerou um sentimento de grande afetividade, que implica uma grande dimensão social, o mesmo que supera o fato futebolístico e se converte num fato histórico.

Nossos povos se irmanam, e a história deixa de ser memória e passa a ser esperança.

Temos certeza de que a presença cultural do meu país, a presença da Seleção Equatoriana de Futebol, a presença do jogador mais veloz do mundo, o Valencia, trarão maior visibilidade internacional a esta Cidade, a este Estado.

Com a cidade de Viamão, temos preparado uma série de atos culturais para recepcionar a Seleção Equatoriana.

E todo este carinho queremos recompensar com uma obra de arte, uma escultura que representa um pássaro originário de nossas terras, um beija-flor, para uma praça que o Prefeito, junto com a Câmara de Vereadores da cidade de Viamão, está escolhendo.

Paralelamente, queremos apresentar, ao povo gaúcho, outros projetos culturais como uma mostra de cinema, com comentários, no Studio Clio, aberto ao público que queira discernir a arte e a realidade equatoriana.

Proponho a esta Casa, junto com a Câmara de Vereadores de Viamão, a organização de um ciclo de cinema equatoriano, que apresentará o último lançamento da cinematografia equatoriana. O Presidente do Equador apoia com políticas públicas o desenvolvimento das artes audiovisuais, o que ele denomina de indústria da cultura, que cria fontes de emprego, desenvolvimento e tecnologia, em última instância, que gera riqueza, gera câmbio social.

Para o Equador, foi muito bom estar no Rio Grande do Sul, queremos que essa estadia nessas terras deem um retorno para os nossos irmãos, os gaúchos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Muito obrigada, Sr. Cônsul, a quem convido para que tome assento à Mesa.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, saúdo V. Exa.; a nossa colega, hoje Secretária da Relação do Trabalho e Emprego do nosso Município, e o nosso convidado que nos honra na Tribuna Popular, o Cônsul Honorário do Equador, Fernando Quintana, a quem eu tenho o prazer de ter no rol de amigos pessoais, parceiro que somos lá do Instituto Cervantes, que é uma das maneiras pela qual a cultura hispânica é preservada com toda a intensidade aqui na cidade de Porto Alegre, e que nos brinda hoje com um pronunciamento muito adequado, especialmente porque tem a finalidade de estreitar o relacionamento entre o seu país – o qual ele representa dignamente aqui em Porto Alegre – com a nossa Cidade.

O Equador é simbólico para nós, pela circunstância de que a sua própria localização e o seu nome nos dão uma dimensão geográfica que, efetivamente, é adequada ao país que o senhor aqui representa.

Então, eu quero, descendente de catalão que sou, dizer da minha alegria em recebê-lo e que o senhor não está pregando em terra árida. Realmente, o seu pronunciamento aqui vai provocar muitas manifestações de interesse da Câmara de Vereadores, como conhecer melhor as coisas que dizem respeito ao nosso Equador e, mais do que isso, buscar intensificar um intercâmbio necessário entre os nossos países e as nossas cidades.

Oxalá, em breve, a gente possa cumprimentá-lo lá em Quito – seria uma alegria para todos nós. Muita alegria pela sua presença aqui conosco. Um abraço!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Obrigada, Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Engº Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ENGº COMASSETTO: Prezada Presidente, Ver.ª Any Ortiz; quero cumprimentar a Secretária, nossa colega Ver.ª Luiza Neves; e o prezado Cônsul Honorário Fernando Quintana, com quem tivemos o prazer de estar junto no último dia 21, recebendo o prêmio da Fundação Moab Caldas, naquele belo evento.

Eu quero, em nome do Partido dos Trabalhadores, cumprimentá-lo, primeiro, pelo trabalho que o senhor desenvolveu, constituindo, na Região Metropolitana de Porto Alegre, mais precisamente em Viamão, a sede oficial da seleção do Equador. O Rio Grande do Sul recebe de braços abertos a sua seleção, o seu país, o seu povo, a sua comunidade, como um povo irmão, um povo hermano, e visamos sempre consolidar esses laços entre a América Latina. Também quero dizer que, no último Fórum Social Mundial, tive o prazer de receber, da Delegação do Equador, uma cópia da Constituição Equatoriana, que é a primeira constituição do mundo que trata o meio ambiente como um ser que também tem que ser protegido pelo Estado. Por isso, quero cumprimentá-lo aqui. Um grande abraço! Que seja bem-vinda a seleção do Equador e que possamos ter uma final entre o Brasil e o Equador.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Muito obrigada, Ver. Engº Comassetto. O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Obrigado, Presidente, Ver.ª Any Ortiz. Quero cumprimentar, aqui, a Ver.ª Luiza Neves, nossa amiga e Secretária; e o Cônsul Quintana, do Equador – lugar em que estive muitas vezes, jogando futebol. O povo é maravilhoso, sempre com uma acolhida boa e calorosa aos brasileiros. Em nome do nosso bloco partidário, composto pelos Vereadores Clàudio Janta, Bernardino Vendruscolo e este que fala, quero dizer que a Grande Porto Alegre vai recebê-los com carinho, com calor humano; o gaúcho sabe fazer isso muito bem. Sr. Fernando Quintana, Cônsul, vou ter que discordar do senhor: não concordo que o jogador mais veloz seja o Valencia; o mais veloz fui eu, quando joguei pelo Grêmio! É uma brincadeira! Um abraço, tudo de bom!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): O Ver. João Derly está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO DERLY: Sra. Presidente; Sr. Cônsul; Srs. Vereadores, em meu nome e em nome da Ver.ª Jussara Cony, da Bancada do PCdoB, venho cumprimentá-lo pela oportunidade de o Equador estar no nosso Estado. V. Sa. esteve no meu gabinete trazendo algumas ideias para a campanha do Instituto do Câncer Infantil, como a mostra de arte sobre a cultura equatoriana, como o cinema, como as palestras nas escolas para oportunizar às crianças um maior conhecimento do seu país. A Copa do Mundo traz coisas que só o esporte nos proporciona. Dentro do judô, já trouxemos a Porto Alegre vários atletas, e um dos meus principais adversários na América do Sul, um equatoriano, o Roberto Ibañez; fiz a final dos Jogos Panamericanos contra ele e, desde então, ele vem ao nosso Estado para treinar e fazer esse intercâmbio.

Acho que é o início de uma relação de negócios, de oportunidades, por meio dos esportes, para desenvolvermos cada vez mais essas iniciativas. Parabéns pelo seu trabalho e que possamos ajudar e a fazer o povo equatoriano ser mais conhecido. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Obrigada, Ver. João Derly. O Ver. Guilherme Socias Villela está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. GUILHERME SOCIAS VILLELA: Obrigado, Presidente. Senhor Cônsul, em nome do Partido Progressista, eu quero apresentar a V. Exa. os cumprimentos pela sua presença aqui, e, ao mesmo tempo, serei breve. Permita-me que diga no idioma do seu país: “Yo creo que los pueblos do Equador e de Brasil son hermanos soberanos de la libertad. Gracias!”

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Obrigada, Ver. Villela. A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: Eu quero cumprimentar a Sra. Presidente, Any Ortiz; A Sra. Neves, Secretária, e o nosso Cônsul, que hoje se apresenta aqui. Eu falo em nome da nossa Bancada do PMDB, do nosso Líder, Idenir Cecchim, e dos Vereadores Valter Nagelstein e Professor Garcia. Muito importante essa sua construção de estreitar laços com a nossa Cidade e trazer a cultura equatoriana aqui para nós, bem como o futebol do seu país. Cumprimentos pela sua participação.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Muito obrigada, Ver.ª Lourdes. O Ver. Dr. Thiago está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. THIAGO: É um prazer recebê-lo aqui, Sr. Cônsul. Estou representando a Bancada do PDT, e pela insistência dos meus colegas Vereadores Nereu D’Avila, Mario Fraga, Márcio Bins Ely, mas principalmente em decorrência da insistência dos Vereadores Delegado Cleiton e Clàudio Janta, dizendo que efetivamente o Ver. Villela nos motivou. Eu só queria dizer um pequeno verso que sempre nos ilumina bastante. É de um grupo latino-americano, chamado Fruto do Suor, radicado há alguns anos aqui no Rio Grande, que diz o seguinte: “...Tenho um filho desta terra/Foi um amor sem passaporte/Se o gestar foi brasileiro/Não me chames de estrangeiro/Cada terra, cada rua/Tem um toque de imigrantes que desenharam com seus sonhos/Um país que não tem dono./... Não me invente geografias/Não me faça das baionetas definir fronteiras/ O ódio à toa nos traçou caminhos diferentes/ E a estupidez nos separou em bandeiras/ Que ela nunca nos separe em bandeiras”. E que seguiremos sempre, sem dúvida, irmanados pela nossa cultura e pela nossa gênese. Um abraço e sejam bem-vindos a Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sra. Presidente, Sr. Cônsul; eu não podia me furtar de vir aqui dizer para o senhor que o povo brasileiro, os trabalhadores do Brasil, principalmente de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, têm um novo time para torcer. Estaremos presentes, torcendo, só não vamos poder fazer isso se, por acaso, chegarmos às finais. Aí cada um por si; se virem! Mas estamos juntos, sejam bem-vindos à nossa Cidade. E, no que nós pudermos ajudar, nós estamos aqui! Muito obrigado por ter escolhido o Rio Grande do Sul nesta Copa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Any Ortiz): Muito obrigada, Ver. Janta. Gostaria também de fazer os meus agradecimentos, Sr. Cônsul, por ter vindo até esta Câmara, fazer uso da palavra e trazer o Equador, um país coirmão, para cá com a gente. Que vocês tenham uma boa estada aqui na nossa cidade vizinha de Viamão.

Gostaria de encerrar a Tribuna Popular, suspendendo os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

(O Ver. Professor Garcia assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 14h46min): Estão reabertos os trabalhos.

 Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a homenagear o Dia do Trabalhador, nos termos do Requerimento nº 018/14, de autoria do Ver. Clàudio Janta.

Convidamos para compor a Mesa: o Sr. Marcelo Furtado, Presidente em exercício da Força Sindical-RS; o Sr. Luis Carlos Barbosa, Diretor da Federação dos Comerciários da Força Sindical – Fetracos; a Sra. Luiza Neves, representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, hoje Secretária Municipal do Trabalho e Emprego.

O Ver. Clàudio Janta, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, senhoras e senhores, membros desta Casa, público que nos assiste nas galerias, sindicalistas que aqui se encontram, povo que nos assiste através da TVCâmara, hoje esta Casa presta uma homenagem, Professor Garcia, aos trabalhadores e ao 1º de Maio – dia mundial de luta dos trabalhadores. Por isso, nós propusemos que fizéssemos hoje este evento homenageando todos os representantes dos trabalhadores, todas as centrais sindicais, todos os sindicatos. Eu queria saudar aqui a presença do Marcelo Furtado, Presidente em exercício da Força Sindical; o Luis Carlos Barbosa, que é o Diretor da Fetracos – Federação dos Comerciários do Rio Grande do Sul; a colega nossa Ver.ª Luiza Neves, que assume a Secretaria de Trabalho e Emprego, num compromisso de gerar mais emprego e de qualificá-lo – sempre terá o nosso apoio para que isso ocorra. Quero saudar alguns dirigentes sindicais que aqui se encontram, o Sr. Antônio Johann, Presidente da Fesenalba/RS, da federação dos Senalba de Porto Alegre; o Dionísio Mazui, do Sindicato dos Comerciários de Quaraí; o Gualberto Dusser, do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí; e o Vilmar Coelho, da Federação dos Pescadores do Rio Grande do Sul. Quero dizer que o próximo 1º de Maio, na história dos trabalhadores brasileiros, é um dos momentos mais importantes nos últimos anos. É um momento em que os trabalhadores estão vivendo uma coisa que há muito tempo não viviam, os jovens que entraram no mercado de trabalho não conheciam, algo que tinha sumido do Brasil há mais de 20 anos e que agora está batendo na porta dos trabalhadores, porque quem sofre com esse monstro, quem sofre com esse dragão que é a inflação são os trabalhadores, e ele está batendo à nossa porta quando a luz elétrica no Rio Grande do Sul subiu 28%, quando os produtos da cesta básica têm subido alarmantemente, quando os trabalhadores não conseguem mais levar o sustento para as suas famílias com o salário que ganham. Hoje nós vivemos um momento que assusta as pessoas que já passaram por isso. Nós já tivemos, neste Brasil, uma inflação de 2.979%, a inflação comendo diariamente o salário dos trabalhadores, um período grande de recessão e de arrocho, e quem mais sofre são os nossos trabalhadores.

Então, neste 1º de Maio, nós temos algumas coisas para comemorar – pequenas coisas –, manter uma política de salário mínimo, manter a dignidade dos trabalhadores e suas famílias. Agora, nós temos desejos que não vimos realizados, entre eles, o fim do fator previdenciário; entre eles, a redução da jornada de trabalho; entre eles, a PEC 300, que dá um salário digno aos brigadianos e aos policiais; entre eles, o principal e, junto com a inflação, Prefeito Villela, vem assombrar o povo trabalhador e está assombrando diariamente a mesa do povo do trabalhador, que é o Imposto de Renda, cuja tabela não é corrigida há anos, e, hoje, quem ganha R$ 1.700,00 paga 7,5% de Imposto de Renda. Uma família, em que a esposa e o marido trabalham, deixa 15% e é obrigada a procurar um plano de saúde, uma escola e mais dignidade para o seu filho. Então, eu quero dizer que esse momento é de reflexão para todos os trabalhadores do Rio Grande do Sul e do Brasil, é um momento em que não temos muitas coisas para comemorar, e sim, muitas coisas a reivindicar, uma delas é um pouco mais de dignidade para os trabalhadores e suas famílias.

Quero saudar aqui também o Edison Feijó, Presidente do Sindicato dos Edifícios de Porto Alegre; o Daniel Goudinho, Presidente do Sindiprofes, que estão aqui conosco, participando desse momento de homenagem aos trabalhadores e a esse povo que construiu esse País. E já convido todos para o evento que a Força Sindical irá realizar no dia 1º de Maio no Parque da Redenção, onde nós vamos estar, reivindicando uma nova tabela do Imposto de Renda, vamos estar reivindicando a aprovação da PEC 300, e um mundo melhor para os trabalhadores e suas famílias. Então, convidamos todos para, no dia 1º de Maio, a partir das 14h, estarem presentes no Brique da Redenção. Além das reivindicações, teremos shows de cantores do Rio Grande do Sul, de pessoas que querem iniciar um trabalho no nosso Estado, trabalhadores da cultura que estarão presentes. Vamos estar lá com nossas famílias lutando e reivindicando porque acreditamos na nossa união e que nós, trabalhadores, podemos tirar o Brasil desta crise em que ele começa a entrar. Com força e fé e solidariedade, vamos melhorar a vida dos trabalhadores brasileiros e suas famílias. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Socias Villela.

 

O SR. DR. THIAGO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Falo em meu nome, em nome do Ver. Marcio Bins Ely, em nome da bancada do PDT. É realmente uma satisfação estar aqui presente nesta homenagem ao Dia do Trabalho. Na pujança do trabalho do Ver. Clàudio Janta quero destacar uma coisa que nos une e que realmente nos preocupa bastante na Cidade de Porto Alegre e que, sem dúvida alguma, neste 1º de Maio preocupa também o conjunto da classe trabalhadora, que é a questão da saúde. É um esforço, uma luta do Ver. Janta, a questão vinculada à abertura dos postos no terceiro turno de atendimento. Uma situação essencial principalmente para que o trabalhador possa levar o seu filho doente, quando chega do trabalho, para uma consulta; principalmente porque isso facilita aquilo que é imperioso e que está lá na Constituição gravado como uma das situações importantes a serem perseguidas pelo SUS, que é a questão da acessibilidade. Hoje enfrentamos grande dificuldade de acessibilidade, cada vez maior, porque alguns dos postos que funcionavam no terceiro turno, e aí cito aqui em especial o querido Posto de Belém Novo que funcionava no terceiro turno e hoje não funciona mais. Quero dizer, Janta, que sou muito solidário a essa luta, que, sem dúvida nenhuma, nos une muito, que é a luta por uma saúde mais digna, por uma saúde para todos, luta por uma saúde inclusiva, luta por uma saúde afastada de escândalos de corrupção, luta por uma saúde igual para as pessoas desiguais. É importante quando se faz justiça tratando os desiguais desigualmente, e nós temos que fazer isso na saúde pública, nós temos que fazer com que os trabalhadores da periferia possam ter o mesmo acesso que os donos de fábrica, que os donos de empresa do Centro da Cidade. Nós precisamos fazer isso, pois só dessa forma, Ver. Pedro Ruas, vamos estar fazendo justiça; do contrário, nós vamos estar fazendo injustiça, nós vamos estar condenando as pessoas que moram na periferia, as pessoas menos aquinhoadas a terem menos saúde e estarem mais próximas da morte! E é por isso que temos que lutar, para afastar cada uma das pessoas mais vulneráveis da morte!

Então, Ver. Janta, neste dia 1º de Maio, que é um dia de comemoração, a gente sabe, é importante fazer profundas reflexões, é importante fazer reflexões para dar qualidade de vida aos trabalhadores mais humildes, aos funcionários públicos mais humildes, àquelas pessoas que efetivamente mais precisam de nós para obter justiça social. Parabéns pela proposição, Ver. Janta, parabéns a todos os trabalhadores desta Cidade, deste Estado e deste País, parabéns às entidades, aos sindicatos, à Força Sindical, que, de forma digna, se coloca na defesa do povo trabalhador. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Meu caro amigo Janta, te saúdo por esta homenagem, e não podia ser de outro Vereador, tu és um grande representante sindicalista. Essa data tem muito a ver também com a luta do povo negro. O povo negro, que desde sempre foi a força do trabalho deste País, que desde sempre foi a força que levantou a economia deste País.

E também aqui, senhores sindicalistas, senhores trabalhadores, adianto uma homenagem pelo dia 9, instituído como Dia Nacional do Empregado Sindical. Esses trabalhadores e sindicalistas que estiveram presentes em momentos terríveis da nossa história, em períodos de uma ditadura em que muitos lutavam pelo trabalho, pela força do trabalho e foram penalizados.

Então, aqui, homenageio não só esse dia, Janta, mas o dia 9, dia em que se comemora o Dia Nacional do Empregado Sindical. E homenageio, desta forma, a Força Sindical aqui presente e esses militantes da luta dos trabalhadores.

E até faço um pedido aqui: como o Governo do Estado e o Município têm um projeto que é o Programa Mais Médicos, espero que, quem trabalhe em nome do trabalhador, não tenha fronteiras e não tenha bandeiras, que seja trazido e abraçado, porque os nossos trabalhadores precisam, sim, de mais médicos, mais professores. E, se não tiver aqui, que possamos trazer de fora, quem sabe. Nós não gostaríamos, mas traremos de fora.

E hoje houve um momento muito especial aqui, em que o nosso querido Prefeito Villela e o meu querido médico e Líder, um dos Líderes do PDT, Dr. Thiago, declamaram. Eu não vou declamar, vou ler uma poesia singela, simples, e envergonhado, porque tenho aqui a minha artista querida da Força Sindical. Mas, me perdoem, vou fazer o melhor possível, sempre. (Lê): Todo dia, a mesma sina/ Rua cheia e buzina/ A vida assim continua/ Bate o ponto ainda tonto/ A sorte não dá desconto/ Luta, sofre e não recua/ Homem, mulher e criança/ Atrelados nessa dança/ Daqui até o sertão/ Ouvem promessas sem tanto/ Rezam pra Deus e p’ros santos/ Esperam por salvação./ Se o trabalho enobrece/ Deus então jamais esquece./ Ouve do filho o clamor./ Batalhador de respeito/ Reivindique seus direitos/ Acredite em seu labor/ Seja agente da vitória/ Inclua-se na História/ Liberdade implica dor. Salve os trabalhadores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Delegado Cleiton. O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Prezado colega proponente Clàudio Janta, enquanto os colegas discursavam, eu estava pensando sobre qual mensagem deixar, em nome do PROS, aos nossos amigos que comparecem aqui nesta Casa e aos que estão nos assistindo. Quem são esses trabalhadores que precisamos homenagear? É uma pergunta que tem que ser feita. (Pausa.) Este silêncio é para uma reflexão deste próprio Vereador. São todos os brasileiros que efetivamente produzem neste País. Se nós imaginarmos, se fizermos um exercício, ficamos na dúvida se esses brasileiros que produzem são explorados pelos empregadores ou pelos governos – explorados no sentido pejorativo da palavra. Hoje nós temos órgãos fiscalizadores dos empregadores, e não há dúvida de que aqui e ali poderemos encontrar injustiças, mas, na grande maioria, os trabalhadores têm carteira assinada, encargos sociais recolhidos. O empregador, muitas vezes, independente do seu tamanho, tem certeza que o seu colaborador recebe pouco na contrapartida, mas o custo que representa é grande. Essa reflexão nós também precisamos fazer. As grandes dificuldades que os trabalhadores enfrentam hoje não têm endereço no empresariado na sua grande maioria. O endereço está localizado nos governos municipais, estaduais e federal, em razão da detenção do poder econômico, da centralização dos recursos advindos dos impostos, e por aí vai. Não se vê, com raras exceções, prezados amigos, o povo brasileiro reclamar do empregador e, sim, dos governos que usam ou não cumprem com aquilo que está estabelecido na própria Constituição.

Fica aqui, da nossa parte representando o PROS, essa reflexão. Haverá o dia em que todos os brasileiros, independente de ser um trabalhador fardado, militar da Aeronáutica, do Exército, da Marinha, da Brigada, ou de um senhor engravatado que está no gabinete comandando grandes empresas ou daquele que lá está com o seu uniforme na linha de frente de uma fábrica. No dia em que essas pessoas, de um modo geral, se dispuserem, lideradas pelos governos, a fazer um trabalho compartilhado, com efetiva participação, inclusive constituindo ou criando situações que venham efetivamente a coibir os desvios dos recursos públicos. O dia em que todos nós, brasileiros, tivermos consciência disso e pudermos chegar a esse ponto, nós vamos progredir com certeza. Se permanecermos do jeito que está, não demorará o dia em que vamos estar passando pela mesma situação por que países mais desenvolvidos que o Brasil estão passando: irmãos brigando com irmãos.

Parabéns aos senhores que lideram esses brasileiros, que são todos trabalhadores. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Waldir Canal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho aqui em nome do meu Partido, o Partido Republicano Brasileiro, nesta homenagem pelo Dia do Trabalhador, justa homenagem proposta pelo nosso colega, Ver. Clàudio Janta, a quem cumprimento. Quero cumprimentar também as pessoas que estão aqui representando os sindicatos, as pessoas que vieram assistir a esta homenagem; cumprimentar o presidente em exercício da Força Sindical, Marcelo Furtado; o Diretor da Federação dos Comerciários da Força Sindical, Sr. Luis Carlos Barbosa; a nossa colega Luiza Neves, representando o Prefeito, Secretária Municipal do Trabalho e Emprego, que esteve junto conosco, aqui na Casa, na defesa dos trabalhadores, não apenas dos que estão trabalhando hoje na ativa, mas também dos aposentados, dos idosos, daqueles que precisam de um olhar especial e de um trato com respeito pelo Poder Público.

Eu venho aqui, em nome do meu Partido, trazer a nossa fala no sentido de que é preciso que políticas públicas por parte do nosso Governo Federal, também Estadual e Municipal, sejam direcionadas à proteção do emprego e do empregador.

Nós temos na nossa Constituição, no art. 7º, a previsão do salário mínimo; um salário mínimo com dignidade, capaz de atender às necessidades básicas do trabalhador: vestuário, educação, enfim, direitos sociais. O poder de compra do nosso salário mínimo, que será reajustado, não contempla a real necessidade das pessoas.

Nós precisamos olhar para frente, mas também olhar para trás; reconhecer os ganhos, reconhecer os acertos. Ao olharmos para frente, vermos que falta muito. Nós vemos o Brasil com uma das tarifas mais caras do mundo – conta de energia elétrica subindo 28% –, e isso impacta no salário, impacta no orçamento familiar. Isso tudo acaba trazendo, em muitos momentos, até desânimo ao trabalhador.

Por isso a luta do Poder Público, das Câmaras de Vereadores, dos Parlamentos, dos empresários e dos trabalhadores é fundamental, para que possamos trazer à baila os assuntos e buscar uma resposta, uma saída.

Nós estamos vendo aí – e o Ver. Janta já falou a respeito – a inflação, que é um câncer, causa temor. Aqueles que viveram o tempo da inflação sabem muito bem o que é receber o salário na sexta-feira ou no final do mês e chegar no supermercado e o alimento ter sido tabelado duas vezes no mesmo dia. Isso é inflação! Os R$ 100,00 tinham um valor de manhã, e, de noite, valiam menos da metade. Isso é inflação! É corroer o poder de compra, corroer o salário do trabalhador. Por isso nós precisamos estar ao lado dos trabalhadores nessa luta.

Quero parabenizar aqui, especialmente, o Sindicato dos Pescadores, o seu Vilmar, da Federação, que é uma classe desassistida, principalmente no Sul do Brasil; lá para cima, no Nordeste, os pescadores, até pela sua vocação, têm mais condições, mais recursos. E aqui nós precisamos fortalecer os pescadores, os pescadores artesanais, enfim, aqueles que produzem um pescar de qualidade e aqueles que sobrevivem da pesca. Mas isso é uma...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. WALDIR CANAL: ...Eu falo dos pescadores, mas nós temos também os trabalhadores da rede hoteleira, etc. Enfim, é uma cadeia produtiva que precisa da valorização e da presença firme do Poder Público.

Então, em nome do Partido Republicano Brasileiro, eu quero trazer a nossa homenagem, também, ao Dia do Trabalhador. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Queremos registrar a presença do Ver. Gerson de Moura, de Horizontina, e do Ver. Peter Linhares, Presidente da Câmara Municipal de Caçapava. Muito obrigado pelas suas presenças.

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. MARIO FRAGA: Presidente, Professor Garcia; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; público nas galerias; público que nos assiste através da TVCâmara; nossos convidados especiais: Presidente da Força Sindical, Marcelo Furtado; Diretor da Fundação dos Comerciários da Força Sindical, Luis Carlos Barbosa, meu amigo de longa data, com quem estive junto em algumas lutas, que tem um brilhante trabalho, pelo meu reconhecimento; representante da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, nossa colega Ver.ª Luiza Neves, hoje, exercendo essa função, na Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego do Município de Porto Alegre. Eu sou Vice-Líder do Governo – o nosso Líder é o Ver. Airto Ferronato –, e o Fortunati teve essa brilhante ideia de solicitar a Secretaria Municipal do Trabalho e Emprego representá-lo, aqui, nesta justa homenagem.

Quando o Ver. Clàudio Janta veio para a Câmara, conhecíamos um pouco do trabalho dele em defesa do trabalhador, e hoje, como meu colega de Bancada e como meu vizinho, reconhecemos o trabalho que ele faz em prol do trabalhador.

Esta homenagem ao dia 1º de Maio que tu fazes hoje, Janta, já começou há bastante tempo. Eu também me considero um trabalhador. Estava lembrando, Claudio Correa – Claudinho, nosso amigo da Força Sindical –, o que eu falaria para o trabalhador. Ver.ª Luiza Neves, Secretária, olha quanta gente tem aqui. Em 1971 – muita gente aqui nas galerias não tinha nem nascido –, quando eu comecei a trabalhar na padaria em Belém Novo, que ainda está lá na esquina com a única sinaleira que temos, para minha felicidade eu trabalhava com carteira de trabalho. É aí que quero chegar, Ver. Clàudio Janta, nas tuas lutas. Falo aqui pela Liderança do Governo, pois tem muitos Vereadores que não conseguem falar nos espaços que temos, por isso pedi ao Ver. Ferronato para eu poder falar. Janta – eu já te disse no começo do teu trabalho –, infelizmente, na nossa Cidade, ainda há pessoas que trabalham sem a carteira de trabalho. Se Deus quiser, Janta, nas tuas próximas lutas, nós vamos conseguir combater o trabalho sem a carteira de trabalho. Eu te admiro, Janta, e te peço para criares uma frente, uma comissão para isso. Ver. Tarciso, que chega aonde tem gente trabalhando sem carteira de trabalho, que fica sem proteção, sem as leis sociais, Ver.ª Luiza Neves, V. Exa. que trabalha tanto nessa área...

Eu também queria dizer que eu fui coordenador do Sine, Claudinho, te lembras? Lá na Cavalhada nós tivemos o Sistema Nacional de Empregos, e o quanto eu prezava. Às vezes o empresário queria burlar a lei, e nós mandávamos a fiscalização lá naquele estabelecimento. Então, Janta, peço para ti e dou mais uma vez os parabéns por essa homenagem justa, justíssima, que tu fazes a todos os trabalhadores. Meus parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Mario Fraga. O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de dizer que hoje foi um momento emocionante que você nos proporcionou, Janta. Parabéns. Eu voltei no tempo, nos meus 12 ou 13 anos, em Minas Gerais, quando o Ver. Cleiton falou da raça, da construção que os negros fizeram e fazem até hoje por este País. Então ficamos emocionados! Eu me lembro, dentro daquelas máquinas vaporentas, junto com meu pai, aos 10, 11 anos de idade, eu não entendia o por quê o meu pai saía num dia e voltava quatro dias depois, com os vagões cheios de minérios, para fazer o ferro e o aço para construir este país. Eu não entendia o por quê. Assim como também não entendi a ditadura em 64 e porque o meu pai desapareceu na cidade. Também outras coisas, como a inflação: não entendia por que eu tinha um real; no outro dia já não tinha mais nada.

Então, os trabalhadores deste País, pela fala do Bernardino, há uma reflexão a fazer entre nós: quem são esses trabalhadores? Quem são essas pessoas que constroem este País? Bernardino, eu viajei bastante. Foram muitos os que lutaram por este País, muitos os que choraram por este País, muitos os que deram a sua vida por este País. Janta, vou ser bem breve porque, assim como me emocionei várias vezes no futebol, hoje me emocionei aqui. Quando eu me lembro daquele homem que me ensinou a ser um cidadão justo, isso me deixa muito emocionado. Obrigado, trabalhadores deste País, por a gente poder viver neste País maravilhoso. Obrigado! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. LOURDES SPRENGER: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O que transmitir a vocês sobre o Dia do Trabalhador? Isso me pegou de surpresa, mas vou falar da minha experiência. Eu também comecei na área do comércio, numa área que hoje é lúdica, a moda. Antigamente não era assim. Hoje nós temos designers, nós temos muitos empregos que a moda gera neste País. Desfiles de moda, que retornam valiosos recursos, o que é muito bom, geram emprego e renda.

Mas o que eu também lembrei com essas falas sobre o Dia do Trabalhador, além do que foi dito sobre o direito à saúde: um trabalhador espera pela ficha mil para uma consulta sobre Alzheimer; não tem muito a falar sobre o que melhorou. Na Saúde, não vejo melhoras, embora tenham recursos, que a gente vê toda hora ser noticiado.

Mas vou me reportar – não com tanta alegria – a uma reportagem que hoje circulou na TV, a que casualmente eu consegui assistir, sobre os moradores do Beco do Adelar: trabalhadores em atividades que não são tão valiosas, em torno de 40 famílias que esperam um local digno para morar, pois estão morando em barrancos, em cima de pedras. Mães cuidando das crianças para não serem atacadas por cobras, aranhas. E quem são essas senhoras? São recicladoras, muitas pagaram pelo seu barraco – caindo, pela areia e pela chuva que passam no local – até R$ 8 mil ao longo dos anos. Eles estão esperando uma autorização, uma liberação ou a empreiteira que deixou de concluir as obras dessas construções para baixa renda. E não deu tempo de fazer a licitação! Eu acho que nós fizemos muito aqui no Município. Desta vez o DEMHAB foi entrevistado, e eu fico a pensar se precisa de uma licitação para amparar esses trabalhadores que estão morando em plena cidade de Porto Alegre nessas condições? Por que não uma força-tarefa para agilizar a moradia decente? Porque nós estamos aqui, e muito bem. Felizmente eu estou bem, porque sempre fui trabalhadora, não por estar Vereadora – estou Vereadora há um ano e meio –, sou profissional liberal. Então, nesse Dia do Trabalhador, eu quero que todos pensem também nessas pessoas que estão morando à margem da decência e que agilizem essas tais transferências e esses tais blocos de moradias, que estão esperando uma conclusão, uma licença, porque foi vergonhosa essa reportagem numa Capital que vai receber a Copa do Mundo.

Eu quero cumprimentar o Janta, meu colega que tanto admiro, bem posicionado, sempre traz a defesa ao trabalhador. Ele é uma pessoa que entrou aqui, pontuou o seu mandato, e hoje o identificamos por sua luta e por homenagear o Dia do Trabalhador. Parabéns a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Idenir Cecchim.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero, antes de mais nada, saudar o Marcelo Furtado, Presidente em exercício da Força Sindical do Estado, que nos prestigia com a sua presença nesta Sessão e neste período específico de Comunicações, requerido pelo Ver. Clàudio Janta e aprovado unanimemente pela Casa, o que nos permite, entre outras coisas, além de recebermos o Barbosa – pessoa por quem tenho um carinho muito especial – a alegria do retorno, ainda que transitório, a esta Casa, da nossa querida amiga, a Ver.ª Luiza Neves, recrutada pelo Prefeito José Fortunati, exatamente para responder pela Secretaria de Trabalho e Emprego do Município. Eu tenho muita alegria em participar desta reunião, mas minha alegria maior é que antes de eu subir à tribuna, eu ouvi a Ver.ª Lourdes, que estava um pouco assustada e entendeu que eu havia pedido que ela me passasse o tempo de liderança do PMDB, quando eu pedia que ela me permitisse que eu falasse no lugar do Ver. Idenir Cecchim, e foi muito respeitosamente me lembrar de que ela era de esquerda, que eu cuidasse o que eu iria dizer. E eu disse a ela que ficasse tranquila, porque apesar de eu não acreditar muito nessa história de esquerda e direita, eu vejo tanta gente de esquerda torta por aí, Ver.ª Lourdes Sprenger, que eu não arrisco a me identificar nem de um lado nem de outro. Eu sou liberal, homem de posição afirmada, que tenho inclusive – pode surpreender a alguns, menos a senhora, que foi minha colega na Companhia Estadual de Energia Elétrica – uma vida inteira dedicada ao trabalho, e se há algumas coisas das quais me orgulho na vida, uma delas é, sem dúvida nenhuma, meu caro Furtado, ter sido por longo tempo advogado credenciado pelo Senalba – sindicato hoje dirigido pelo meu querido amigo Antônio Johann –, com o qual eu largamente contribuí, durante um período muito extenso, além de ter contribuído com a Associação dos Trabalhadores da Construção Civil de Quaraí, da Assistência Judiciária da Comunidade da Vila Farrapos, que eu prestei durante aquela oportunidade. Então, a minha vida tem sido uma mistura com essas coisas do trabalho. Eu inclusive, sabe a Lourdes muito bem, me especializei na área do Direito do Trabalho, e durante o período em que defendi a CEEE, o fiz com muito rigor, mas com muito respeito pelos colegas que do outro lado representavam os eletricitários, os trabalhadores da Companhia Estadual de Energia Elétrica. Hoje, pela iniciativa do Ver. Janta, quando homenageamos o Dia do Trabalhador, eu quero, com a sinceridade que caracteriza os meus pronunciamentos aqui na Casa, dizer que algumas alcunhas que me outorgam não representam nenhuma calúnia. Quando dizem que eu gosto de defender os empresários, isso é verdadeiro. Agora, que fique muito bem claro, Ver.ª Lourdes, que empresários que eu defendo não são aqueles que contratam obra com o Município e depois não executam, não são aqueles que são fraudulentos, que sonegam os direitos dos trabalhadores, esses não contam comigo! Agora, acho, eu acredito na livre empresa, porque é necessário que tenham empregadores e empregados, porque sem emprego não tem solução. O grande problema desta Cidade, o grande problema deste Estado, o grande problema dos países em desenvolvimento é a falta do nível de emprego permanente capaz de garantir boa remuneração para os seus empregados, bom nível de vida e bem estar social, que todos nós merecemos ter. Então, nesse dia em que nós homenageamos o trabalhador, eu me sinto muito à vontade, não renuncio nada das minhas posições, muito pelo contrário, afirmo-as na plenitude para dizer, de coração, que eu me sinto também homenageado nesse dia. Porque outra coisa eu não fiz da vida senão trabalhar. E hoje, inclusive, Barbosa, tu sabes bem disso, respondo por um processo, porque há vinte anos insisti em ser Vereador e ao mesmo tempo advogado da Companhia Estadual de Energia Elétrica, e acumulava as duas funções com eficácia...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...eu prometo para V. Exa. que não vou me alongar, só vou concluir esse raciocínio, porque eu fui surpreendido pelo término do tempo. Isso tudo me coloca muito à vontade para saudar o Ver. Janta, saudar o representante dos comerciários que está aqui presente, o representante da Força Sindical, a nossa Secretária do Trabalho e do Emprego, e dizer o seguinte: respeitar o trabalho e os que trabalham é uma divisa de vida que eu tenho. Eu sou liberal, não sei se isso é direita, esquerda, o que é isso, mas o trabalho... advogado, profissional liberal que não trabalha não merece o meu respeito; trabalhador que não cumpre as suas atividades não merece o meu respeito; empregador que não cumpre com as suas obrigações tem o meu repúdio, e aqueles que, como vocês, lideram a categoria com muita eficiência, que não são líderes sindicais...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: ...a máquina conspira contra mim. Então eu homenageio vocês com muito vigor, com muito coração e, sobretudo, com muito carinho pelo proponente da homenagem, que é um grande companheiro de trabalho, Janta da Força Sindical, Janta do Partido da Solidariedade, enfim, um homem íntegro e capaz em todas as atividades que desenvolve, meus cumprimentos e meus parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. O Sr. Marcelo Furtado, Presidente da Força Sindical, está com a palavra.

 

O SR. MARCELO FURTADO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O que dizer depois que o nosso Presidente, licenciado da Força, subiu à tribuna? Mas nós temos um compromisso muito grande com a sociedade. A Central hoje não se preocupa somente com salário ou com as questões no campo do trabalho. A Central, hoje, e os trabalhadores, se preocupam com a qualidade de vida de todos os trabalhadores, e essa qualidade de vida se dá com transporte coletivo de qualidade. A gente viu que esta Cidade ficou 15 dias sem transporte coletivo, uma greve que não foi somente por salário, mas foi por qualidade no transporte de Porto Alegre também. A gente também quer mais creche e escolas de turno integral nos bairros, para nossos filhos poderem sair das ruas e ter efetivamente onde estudar, onde aprender uma profissão ou praticar um esporte. Segurança pública nós queremos, sim, para que, ao sairmos para o trabalho, a nossa casa e nossos familiares estejam com a segurança adequada nos seus bairros. E, principalmente, a gente vê que a Saúde está um caos neste País. Vimos hoje nos jornais uma criança que foi tomar a vacina para a gripe e o braço dela inchou.

Dizem que esta vacina estava vencida, foi num posto de Porto Alegre. Nós queremos e lutamos, na Central, junto com os Vereadores aqui, tenho certeza de que vários lutam por isso, a abertura dos nossos postos de saúde 24 horas, que é algo essencial para o trabalhador brasileiro. Não quero me estender muito, pois vou dividir meu tempo com o Barbosa, que vai falar daqui a pouco. Eu acho que esta homenagem se dá, e eu quero fazê-la a todos os sindicalistas que estão aqui, porque muitas vezes esses sindicalistas deixam suas famílias para defender os trabalhadores nos seus postos de trabalho. E quero, mais uma vez, o Janta já fez isso, convidar todos os presentes para o nosso encontro no dia 1º de maio, que vai ser feito na Redenção, onde estaremos sorteando um carro e várias viagens, e queremos e contamos com a presença de todos vocês lá. Obrigado. Viva o Dia 1º de Maio e viva todos os trabalhadores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Marcelo. O Sr. Luis Carlos Barbosa, Diretor da Federação dos Comerciários da Força Sindical, Fetracos, está com a palavra.

 

O SR. LUIS CARLOS BARBOSA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Querido amigo, ex-Prefeito e hoje Vereador Guilherme Socias Villela, que foi um estudante na Escola dos Comerciários de Porto Alegre. (Palmas.) Quero cumprimentar todos os dirigentes sindicais aqui presentes, os presidentes de Federação, da Confederação; o companheiro e amigo Edison Feijó, o companheiro Dionísio, os comerciários, o companheiro Antônio Johann, e o Sr. Rômulo, representando a Fesenalba. Cumprimento também os companheiros representantes dos pescadores, dos rodoviários, dos vigilantes, enfim, todos os trabalhadores e dirigentes sindicais aqui presentes e também a imprensa e a nossa TVCâmara.

Eu acho, Professor Garcia, amigo Janta, Vereador, dirigente sindical, que o 1º de Maio este ano não é somente para nós comemorarmos. É um dia de protesto, um dia de luta, em que nós devemos combater, Ver. Dr. Thiago, o fato de não termos saúde nos nossos postos de saúde onde nós moramos, nas vilas, nos bairros. Porque o trabalhador mora na periferia, o trabalhador precisa de saúde. E nós tivemos os postos, no final de semana, no feriadão, fechados. O trabalhador não pode adoecer, nem o seu filho, porque só há atendimento em hospitais com plano privado, e lá tem que ficar três, quatro horas esperando também. Por isso que, quando se condena o Mais Médicos, nós devemos combater, sim, é a discriminação com o pobre, com o negro, com aquele que mora na periferia e que, quem sabe, Ver.ª Lourdes, vai morrer por falta de atendimento.

Queria dizer também que um dos únicos países que não festejam o 1º de Maio são os Estados Unidos da América, porque lá foram os trabalhadores assassinados. Mas no Brasil nós ainda temos trabalhadores que continuam sendo massacrados, nós temos trabalhadores que continuam sendo assassinados, nós temos dirigentes sindicais que continuam... E no nosso 1º de Maio teremos uma pauta trabalhista, que é o fim do fator previdenciário, que se diz que é uma herança maldita do Fernando Henrique, mas que não acabou no Governo Lula e que não acabou ainda no Governo Dilma. Queremos o compromisso do Governo, para que assuma o fim do fator previdenciário. Porque o fator previdenciário é abater a carteira do trabalhador que trabalhou 30, 40, 50 anos e, na hora de se aposentar, enfiam a mão no seu bolso, retirando o seu direito à dignidade, a uma vida melhor. Queremos também a correção do Imposto de Renda, queremos uma política pública de correção do salário do aposentado que ganha acima de um salário mínimo, porque o Governo sequer está corrigindo a tabela do Imposto de Renda. Também temos o combate à política desastrosa do Governo em relação ao seguro desemprego; quando o trabalhador mais precisa, em que está desempregado, desamparado, o Governo lhe retira um direito sagrado, que o trabalhador conseguiu através da mobilização, através da lei, através de uma ampla mobilização de todos os trabalhadores. E o Governo sequer está corrigindo com a inflação oficial. Queria aqui também, Sr. Presidente, dizer que quando os meios de comunicações, hoje, fazem um mea-culpa dos 50 anos da Ditadura Militar, esquecem de dizer da república sindicalista do Jango, porque eram os comunistas que queriam tomar o Governo. Hoje eles estão usando outros meios para combater o movimento sindical, para desarticular, para enfraquecer o movimento sindical através do aparelho do Estado, e não querem que os trabalhadores contribuam para o seu sindicato, enfraquecendo o sindicato. Eles não querem oponentes para brigar com o Governo, para fazer cumprir a suas leis e exigir os seus direitos. Por isso, nós queremos também aqui, Ver. Janta e demais Vereadores, fazer uma audiência pública para discutir o custeio das entidades sindicais, que estão sendo massacradas por vários procuradores do trabalho, pela Justiça, causando sérios danos à luta dos trabalhadores. E, por fim, Sr. Presidente, nesta homenagem que hoje estamos prestando ao Dia do Trabalhador, queria dizer ao Ver. Clàudio Janta que pela sua história, pelo seu compromisso, pela sua luta e, acima de tudo, por não ter esquecido da sua história ao assumir nesta Casa, não ter esquecido o seu lado de defensor do trabalhador, de lutar pelos mais pobres, pelos mais oprimidos. Viva o Dia 1º de Maio!

(Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Luis Carlos Barbosa. Queremos, mais uma vez, agradecer ao nosso colega, Ver. Clàudio Janta, pela oportunidade de trazer a esta Casa esta homenagem, sobre a qual 12 Vereadores usaram a tribuna para se manifestarem em relação ao Dia do Trabalho. Queremos agradecer também ao Marcelo Furtado, ao Luis Carlos Barbosa, à Luiza Neves, hoje Secretária. Senhoras e senhores, o Dia do Trabalho, 1º de Maio, é um dia de reflexão. É o dia em que se reconhece o poder do trabalhador e, mais do que nunca, as causas de suas reivindicações e a sua maneira de existir, porque, na realidade, o trabalhador é aquele que alavanca a potencialidade do nosso País. Vamos fazer um rápido intervalo de despedida para depois entrarmos no período temático, hoje, sobre as ERBs. Muito obrigado. Um abraço, Ver. Clàudio Janta. (Palmas.) Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h51min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 15h58min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. DR. THIAGO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que o Grande Expediente de hoje seja transferido para a próxima Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Dr. Thiago. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Srs. Vereadores, dando continuidade ao período de Comunicações, passamos à apresentação sobre o tema das Estações Radiobase, ERBs, na cidade de Porto Alegre. Teremos como palestrante o Professor Dr. Edgar Bortolini, Presidente do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia – Comcet, que está com a palavra.

 

O SR. EDGAR BORTONILI: Boa-tarde a todos da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, em especial o Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia; Srs. Vereadores; demais presentes. Aqui também está o nosso Vice-Presidente do Comcet, Eduardo Peres.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Convido o Sr. Eduardo Peres para fazer parte da Mesa.

 

O SR. EDGAR BORTONILI: Vou fazer uma rápida explanação a respeito do Comcet para aqueles que não o conhecem ainda. Depois entraremos no tema da infraestrutura móvel, de celulares, das estações de radiobase e a nossa posição em relação ao Município de Porto Alegre.

 

(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)

 

O SR. EDGAR BORTONILI: Então, está ali a Lei que o instituiu, foi em 1996, isso aí que é importante, que o Conselho já tem quase 20 anos.

Aqui é mais a questão regulatória, que dá para ser vista no site, na página do Comcet.

A organização interna. Ela tem um regimento interno, nós temos uma diretoria, uma mesa diretora; eu ocupo a presidência, temos sessões mensais, temos em torno de 20 entidades conselheiras, que são eleitas, são sociedades que representam a sociedade civil. No caso, eu represento a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, uma entidade que tem um número expressivo de profissionais, muitos deles da área aqui foco do tema desta Sessão.

Aqui são entidades que a compõem, algumas têm assento permanente, como a Tecnopuc – Parque Tecnológico da PUCRGS, como universidade; e a UFRGS, que também tem assento permanente. Também nós temos algumas Secretarias Municipais que fazem parte do Comcet, que são muito atuantes.

Aqui nós já vamos para a parte de contribuições do Comcet para a proposta de atualização tecnológica da Lei nº 8.896, de 2002.

Eu queria referir também que o Comcet é um Conselho propositivo, consultivo e fiscalizador, ele não é um órgão executivo. Nós todos que atuamos, não temos orçamento, somos voluntários, somos profissionais do mercado.

No meu caso, assumindo a presidência; o vice-presidente é o Eduardo Peres, um empresário da área de software, tem uma empresa que começou aqui, gaúcha, que desenvolve aplicativos de software.

No meu caso, sou professor universitário, tenho uma posição em algumas empresas, em conselhos. Casualmente, tirei o meu pós na área de wireless, nos Estados Unidos, em Berkeley, sou especialista na área de wireless, tenho disciplinas ainda na área de comunicação de dados, enfim, interligação de máquinas e computadores, que é o tema foco, hoje, da sessão temática, mas foi uma casualidade.

Então, os princípios norteadores dessa nossa posição, como Comcet, eu vou navegar um pouquinho por alguns princípios, porque este é um tema que não pode ser somente olhado por um lado; ele é um prisma, ele tem vários lados. E, para sermos justos e perfeitos, acho que a legislação tem que contemplar as várias visões, e aqui existem várias visões.

Aqui, Referências, este assunto não começa agora, e não termina agora. Nós temos parecer técnico da Sociedade de Engenharia sobre este tema, de 2011; nós temos um parecer da Federação das Indústrias, através do Conselho de Infraestrutura, o Grupo de Trabalho de Telecomunicações de 2011. Nós realizamos um Bom-dia, Engenharia, na Sociedade de Engenharia, agora, em abril de 2014, no início do mês, e chamamos o Sinditelebrasil, que representa as quatro operadoras móveis; um grande fabricante mundial, que é a Huawei, para nos dar o mapa tecnológico, enfim, para onde a tecnologia vai. Ela está no 3G, está indo para o 4G, já vem o 5G; e a Anatel, através do Diretor Regional da Agência Nacional de Telecomunicações.

Então, nós fizemos um debate chamado Bom-dia, Engenharia!, e foi no início deste mês.

Nós tivemos duas reuniões onde este assunto foi tratado no Comcet, a reunião de março e a reunião de abril de 2014.

Eu também estive presente no Coinfra da FIERGS, em março de 2014, no GT de Telecomunicações, e a Federação das Indústrias, através do seu Presidente, emitiu um parecer que foi encaminhado à Presidência desta Casa. Esse Parecer é de abril, e vou me referir a ele mais adiante.

Então, com essa trilha, foi repassado esse assunto, já esteve na pauta de muitos especialistas, inclusive, do Exterior, e alguns locais, ele é muito debatido. Então, para nós, é muito tranquilo, muito cômodo debater este tema, porque nós acompanhamos no nosso dia a dia, na nossa atuação, e nós somos obrigados a saber o que acontece em toda a infraestrutura celular de todo o mundo. Nós viajamos muito; fomos à Coreia do Sul, vamos aos Estados Unidos, vamos à Inglaterra, estamos acompanhando, e sabemos como está a evolução dessa tecnologia. E os parques tecnológicos, aqui presentes no Comcet, também nos ajudam muito, porque eles têm muito conhecimento.

Bom, aqui, eu vou falar algumas coisas que, talvez, vocês já tenham escutado, mas nunca é demais a gente repetir. Qual é o papel das comunicações móveis no desenvolvimento socioeconômico local de Porto Alegre.

Geração de novos serviços. A geração Y, que está chegando agora no mercado, já nasceu conectada – isso é uma coisa que nós não podemos esquecer. A nossa geração foi alfabetizada no meio digital, mas essa geração que está entrando agora no mercado de trabalho, em Porto Alegre, foi criada assim. E, ali eu quero mostrar os novos serviços: o WhatsApp e o Waze, grandes empresas que hoje são usadas por absolutamente todos dessa geração, que ajudam muito nos negócios no dia a dia. Essas empresas foram vendidas recentemente – uma foi comprada pela Google e, a outra, pela Apple. Uma delas é oriunda de Israel, de estudantes. Então isto não tem como esconder: essa geração que está chegando é ávida por novos serviços, e a infraestrutura tem que proporcioná-los.

Por outro lado, para o cidadão de Porto Alegre, existe o Governo móvel. Então o Governo, para chegar na mão de todo cidadão, precisa dessa infraestrutura. Um exemplo é o Datapoa, o portal de dados de Porto Alegre, que está sendo implantado, que apresenta os dados de maneira aberta, transparente. Enfim, o M-Gov precisa, realmente, dessa infraestrutura. A área de saúde móvel, mais ainda. Nós já temos aqui empresas querendo monitorar pacientes no pós-operatório em casa. O paciente sai do hospital mais cedo e é colocado em casa, de onde é monitorado. São cinco variáveis corpóreas – temperatura, ECG, etc. –, disparando um alarme que chega ao SOS da empresa. Então nós temos vidas envolvidas.

Temos, também, a área de educação. Queria dizer que existem grandes portais de educação crescendo no mundo, que têm verdadeiras aulas e extratos de aulas. O aluno, hoje, entra no YouTube e etc. e assiste. São vídeos; mas vídeo é um aplicativo pesado, então tem que ter infraestrutura móvel a qualquer tempo, a qualquer lugar, para o jovem entrar em educação.

Nós temos a questão das startups. Cada vez mais, nós tratamos o jovem hoje de forma íntima, ele está chegando a nós – nós somos professores –, e o jovem já chega em um curso de engenharia querendo formar uma empresa. Para essas startups é imprescindível uma infraestrutura móvel. Parques tecnológicos e incubadoras necessitam dessa infraestrutura.

Atração de novos empreendimentos e bases tecnológicas – agregação quântica de valor. Muitos empreendimentos que chegam em Porto Alegre não ficam aqui. Eles perguntam: “Qual é o IDHM, qual é a infraestrutura de água, saneamento, educação? Quantos engenheiros vocês formam anualmente?” Eles perguntam também: “Como é que é o desempenho da banda larga móvel?” Esse também passou a ser um indicador para a empresa se estabelecer aqui.

A transição da economia tradicional para a nova economia. A dinâmica de novos empreendimentos exige comunicações móveis de qualidade. Para conseguirmos melhorar os índices de IDHM e até de PIB per capita passa por banda larga. Existem vários estudos relacionando PIB per capita da população com penetração da banda larga móvel. Cidades inteligentes; cidades resilientes que respondam rapidamente no caso de alguma catástrofe, por exemplo; e cidades inovadoras. Todas essas precisam de banda larga móvel.

Na área específica do Comcet, que é ciência, tecnologia e inovação, a infraestrutura de móvel é absolutamente mandatória, quer dizer, nós não vivemos sem isso. Os pesquisadores, para nós aumentarmos na universidade o número de papers gerados, teses, dissertações e gerar as demais patentes de propriedade intelectual, essa infraestrutura é necessária. O cara tem uma ideia à meia-noite, no bar, ele rapidamente acessa. Aqui, no intervalo, enquanto estava esperando, eu estava olhando uma fila da audiência e estavam todos nessa posição aqui, (Mostra o celular.) olhando o seu celular. A vida é assim, é dinâmica. A instantaneidade da comunicação. Hoje a gente quer coisas de forma instantânea, principalmente essa geração Y.

Mobilidade. O vestível, porque daqui para frente virão equipamentos vestíveis e incorporáveis. A colaborativa, cada vez mais. E novos serviços – alguns eu já citei anteriormente: M-M – máquina-máquina – cada vez mais máquinas são interligadas a máquinas, via infraestrutura celular. Não são pessoas, são máquinas falando com máquinas.

Telemetria crítica, monitoramento. Aqui em Porto Alegre tem o sistema de ônibus monitorados automaticamente. Esse monitoramento de ônibus é feito através da infraestrutura celular. A segurança patrimonial e pessoal. E os novos aplicativos para a Copa, por exemplo, são essenciais e depende da infraestrutura.

Sobre essa infraestrutura móvel, eu queria dizer que banda larga, hoje, é mais importante que água e energia. Vários levantamentos, inclusive do IBOPE, apontam que a banda larga é um insumo mais importante que a água e a energia. A segurança; a telemetria crítica – máquina-máquina; a mobilidade urbana; o SOMA, que eu já falei; os BRT’s, que estão sendo implantados – toda telemetria dos BRT’s será feita através do celular; e nós podemos tornar Porto Alegre uma cidade inteligente – smart city.

Mimetismo. Se vocês observarem esta imagem (Mostra mural do Plenário), verão várias torres em cima de prédios. Mas esta foto é muito antiga. Esta situação somente piorou. Então esse mimetismo no skyline, significa esconder. Nós temos, hoje, engenharias e formas de esconder essa infraestrutura que torna feia a nossa Cidade.

Aqui é uma foto de Nova Iorque, e há outras fotos. Você entrando Google Maps, você não enxerga mais em cima de Miami, São Francisco, Nova Iorque, você não consegue distinguir essa infraestrutura, essas torres, essa estação de radiobase, porque ela está escondida. No caso desta avenida de Nova Iorque, ela está naquela caixa à direita, no poste, ali embaixo. Ela tem dimensões bem pequenas, e está embaixo, onde, naturalmente, é necessária a comunicação móvel. Não é lá em cima.

Então, isso é uma tendência que temos que levar em consideração na revisão da lei, que a estação de radiobase está mudando, ela não vai mais ser aquela estação de radiobase monstruosa.

Aqui há outras fotos, inclusive uma bem atual, deste mês, com o skyline limpo. Não aparece nada em cima de prédios. Isso é nos Estados Unidos, em Nova Iorque.

Esta foto é de hoje, na Av. Protásio Alves, um edifício que está recheado de estações radiobase. Depois eu toco nesse assunto, porque é possível uma cooperação entre as operadoras móveis de forma a compartilhar infraestrutura. As outras fotos são de outras cidades, não são de Porto Alegre, mas aquela central ali é da Av. Protásio Alves, foi tirada hoje à tarde.

Esse mimetismo significa... Aquela árvore lá à direita, aquela árvore na paisagem é uma torre, é uma estação radiobase. Nós já temos uma empresa em Porto Alegre que está fazendo isso. Já fez para uma das operadoras, já fez um protótipo, está trabalhando nisso. É uma empresa startup, é de estudantes, está sendo estimulada. Aquela árvore está no Google, tirei de lá, ela é uma estação radiobase.

A engenharia de construções tem muito a contribuir porque nós temos, no exterior, gesso acartonado, que esconde a infraestrutura, painéis, até paredes de concreto pré-formado, painéis de pré-formado que escondem essa infraestrutura, árvores artificiais, etc.

O mobiliário urbano também pode mimetizar essa infraestrutura. Aquelas fotos de Nova Iorque que eu mostrei há pouco, a infraestrutura estava escondida, mimetizada.

Arquitetura urbana sustentável. Nós já temos arquitetos em Porto Alegre que cruzaram as competências do mobiliário urbano, dos prédios, da arquitetura urbana, os skylines, com competências de radiofrequência, de wireless. E eles teriam competência, desde que estimulados, a melhorar o visual da nossa Cidade.

Novos materiais de engenharia. Novas empresas inovadoras. Aqui eu citaria essa empresa que já está fazendo uma árvore, ou até torres que mimetizam. Você olha e não sabe se aquilo ali é uma torre, aquilo ali tem um disfarce perfeito.

Voltando à foto da Protásio Alves de hoje, tem um assunto que é o compartilhamento de infraestrutura através de “coopetição” entre operadoras móveis. Quer dizer: as operadoras móveis competem até um certo ponto; depois, elas podem cooperar. Isso se encontra em estudo na Anatel, em Brasília. Então, a nossa lei tem que estar preparada para esse cenário de cooperação.

No roadmap tecnológico, na tecnologia, as ERBs – estações radiobase, elas irão mudar. Nós estamos num instante de mudança. Aquela foto à direita já é um teto de um escritório, onde as antenas são pequenas estações de radiobase colocadas ali como se fosse Wi-Fi que a gente usa hoje. E a foto debaixo são tecnologias que eu vou passar a usar, como aquela de Nova Iorque, em que dirijo a energia de radiofrequência em ruas e avenidas de maior tráfego. Claro, porque não tem justificativa nenhuma eu iluminar, através do Empire State Building, 10 quilômetros de Nova Iorque, lançar radiação e energia, não é? Não tem. Lá é tudo focado. Nas principais cidades do mundo, hoje, são os temas focados. Se nós tivéssemos aqui dentro, tranquilamente poderia ter uma pequena estação radiobase aqui no teto. Ou seja, existem normas internacionais sobre esse assunto de fragmentação que estão vindo.

Frequências elevadas. Nós estamos usando cada vez mais frequências elevadas. Nós temos que compor isso. A cobertura e grau de serviço é cada vez mais um requisito. E a única forma de eu diminuir o número de reclamações do sistema móvel, do serviço móvel no Procon – que hoje bate recordes – é promover um serviço de qualidade. E esse serviço de qualidade passa da rua para dentro. Ao invés de ser outdoor, ele passa a ser indoor. Nós estamos no limiar dessa transformação. Nós estamos indo, então... para termos um ambiente microcelulas, que são células pequenas, estações radiobase pequenas, internas, uma tecnologia chamada femto-células, a outra é microcelulas. Microcelulas seriam aquelas que vocês viram nas ruas de Nova Iorque, e femto são essas internas. As internas são indoor, as externas no eixo viário. E tem a questão das antenas inteligentes, que são aquelas antenas em que eu concentro a energia em ruas e avenidas, onde tem um tráfego móvel intenso.

Aderência regulatória. Nós temos várias recomendações do UIT – União Internacional de Telecomunicações; nós temos normas federais da Anatel, do MiniCom e leis municipais brasileiras, muitas sendo aprovadas, mudadas. E tudo isso nós levamos em consideração nessa nossa análise.

Aspectos de impacto na saúde. Nós sabemos, sim, que essa radiação não ionizante pode ter impacto na saúde – não existem estudos conclusivos sobre isso no mundo inteiro. Agora, as recomendações sobre níveis máximos de radiação, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde –, são bem conhecidas. E neste documento que nós estamos propondo à análise da Câmara estão contemplados esses níveis máximos de radiação. Finalmente, Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia, caros Vereadores e público aqui presente, o nosso parecer do Comcet levou em consideração todos esses aspectos, o roadmap tecnológico, as diferentes visões que temos que ter nessas questões da saúde, da cobertura, da qualidade de serviço. Não podemos espantar as startups, as novas empresas que querem se estabelecer aqui em Porto Alegre, temos que dar uma infraestrutura adequada. Então, o nosso parecer é baseado nessas premissas, que são absolutamente tranquilas para nós.

De forma a promover a atualização da lei, julgamos que as sugestões contidas na carta de 7 de abril de 2014, da FIERGS, entregue à presidência desta Casa, contendo anexo com recomendações técnicas resumem de uma forma precisa todos os pontos importantes mencionados nesta apresentação. Essas recomendações foram apresentadas na reunião mensal do Comcet de abril, tendo sido aprovadas por unanimidade pelos conselheiros presentes na sessão. Aqui, eu dou a carta de encaminhamento do assunto da FIERGS, de 7 de abril, assinada pelo Presidente Heitor Müller, tem um anexo bem longo em que cada item é comentado. E nós podemos, Sr. Presidente, após este período temático, encaminhar formalmente esse assunto. Temos uma reunião do Comcet na semana que vem e podemos fazer o nosso encaminhamento também. Mas, neste momento, o nosso parecer é no sentido de referendar esse assunto, que já foi amplamente discutido na FIERGS com técnicos multidisciplinares, pertencentes a várias áreas, inclusive da saúde; isso foi amplamente debatido.

Fica o meu contato – sou Presidente voluntário do Comcet, meu telefone de contato, meu e-mail –, e agradeço mais uma vez à Câmara, através de seu Presidente, Ver. Professor Garcia, pelo convite ao Comcet. Além do Eduardo Peres, tem uma Diretora, a Sra. Marilene, ali sentada, chegou após o início da exposição, e também a Secretária Executiva do Comcet, a Sra. Vera, ali ao lado, que estão aqui presentes. Fico à disposição para perguntas e dúvidas.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Presidente Bortolini.

Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, quero agradecer o trabalho desenvolvido pelo Comcet e também agradecer a possibilidade de vir a esta Casa esclarecer esse tema, que é um tema latente. Sistematicamente, esta Casa vem sendo cobrada pela aprovação do projeto. Como muito bem o senhor colocou, há os anseios e mitos que a sociedade tem em seu todo, e eu acho que é mais do que nunca oportuno trazer esse tema para algum esclarecimento. Alguns Vereadores que estavam presentes não puderem ficar, porque têm uma outra atividade concomitante, e a Casa é dinâmica. O Ver. Dr. Thiago, primeiro Vereador a formular perguntas, fazer questionamento ou falar sobre o tema, está com a palavra em Comunicações,

 

O SR. DR. THIAGO: Meu caro Presidente, Ver. Professor Garcia, quero lhe dizer que, nesta Casa, nós temos um sistema tecnológico que nos permite sermos quase onipresentes, então eu escutei muito atentamente as suas palavras, principalmente quando falou que nós não temos estudo sobre as radiações não ionizantes, sobre os efeitos completos da tecnologia não ionizante. Isso é verdadeiro.

Eu quero me reportar ao tempo. Há praticamente 15 anos sou médico e, no início da minha formação médica, eu prescrevi muita terapia de reposição hormonal. Já era uma terapia de reposição hormonal que tinha seus 15 anos, e hoje não se utiliza mais essa terapia; hoje a terapia de reposição hormonal é usada em situações extremamente criteriosas, porque se descobriu que ela pode trazer alguns efeitos deletérios à saúde. Isso é ciência, isso está embasado em estudos. O que eu quero deixar bem claro aqui é que não haver estudos não é sinal de que nós não temos problemas, mesmo com a radiação não ionizante. Nós sabemos que, efetivamente, tem que se ter muito cuidado na utilização da radiação não ionizante.

Mas eu quero trazer aos colegas uma reflexão que já fiz com o Ver. Airto Ferronatto em um programa, sobre a questão do projeto. A primeira questão que nos chama a atenção neste projeto é a seguinte – e volto de novo a falar, Ver. Ferronatto, Vereadores que me escutam, sobre o art. 195 do nosso Regimento: nós temos que abolir o § 1º do art. 195. Coincidência ou não, são diversos casos que se avolumam sobre essa matéria. O Vereador tem um projeto e o Executivo coloca um projeto com o mesmo objeto em cima. Nós precisamos questionar e colocar a prejudicialidade que existe. Já existia com o Ver. Marcelo Sgarbossa, agora nós temos um projeto do Ver. Bernardino nesse sentido, temos um outro da Ver.ª Lourdes Sprenger nesse sentido e temos neste a mesma coisa! Nós já tínhamos um projeto aqui, do Ver. Airto Ferronatto, do Ver. João Bosco Vaz, do Ver. Beto Moesch que regulavam a licença ambiental única, que foi dito na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que faz reunião sobre isso desde 2011. Vou repetir: a Comissão de Saúde e Meio Ambiente faz pelo menos uma ou duas reuniões por ano sobre ERBs desde 2011, e, desde 2011, o que é dito, está aqui o relatório das atividades de 2011 (Mostra relatório.) – este Vereador era o Presidente –, a grande reclamação com relação às ERBs é a licença ambiental única!

Ver. Pujol, é praticamente impossível conseguir uma licença para uma atividade para colocar uma antena, e isso é unanimidade entre ambientalistas e empreendedores. É isso que precisamos melhorar. Pois é! Isso foi sede do projeto do Ver. Beto Moesch, do Ver. Airto Ferronato e do Ver. João Bosco Vaz, que ainda tramita nesta Casa, e aí um projeto do Executivo se sobrepõem a isso.

Esta é a primeira observação: temos que decretar a prejudicialidade nisso, e para isso precisamos mudar o art. 195, § 1º, do Regimento, senão os Vereadores vão perder uma das únicas prerrogativas que eles têm de legislar sobre essas matérias. Já há diversas matérias sobre as quais não se pode legislar, e uma é essa.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Dr. Thiago prossegue sua manifestação em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Delegado Cleiton.

 

O SR. DR. THIAGO: Muito obrigado, Ver. Cleiton. O projeto que está sendo discutido nesta Casa – e nós colocamos isso no nosso debate também –, no seu art. 2º, item II, fala exatamente sobre isso, a questão da saúde: “Ficam alterados os incisos I e II, § 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 6º e 7º do art. 3º da Lei nº 8.896/2002.” E aí fala, no seu inciso I, o seguinte: “I – as ERBs deverão obedecer aos limites de exposição humana a campos eletromagnéticos fixados nos Anexos I e II desta Lei, sendo que o Anexo I se aplica aos locais sensíveis e o Anexo II aos demais”. Pois é, os anexos I e II não estão na Lei. Procuramos por tudo, os anexos l e II não estão na Lei. Portanto, essa Lei foi avaliada e precisa ser reavaliada, para que se identifique exatamente os riscos de exposição que deveriam estar nos anexos I e II.

 

O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Thiago, com todo o respeito que eu tenho pelo senhor, esse artigo demanda uma discussão ampla. E todo o Governo que entrar, não interessa o partido, tem um plano de governo, ele tem que poder dirigir o seu mandato. Por isso essas discussões. De repente, nós vamos querer ser os donos da verdade. E isso eu acho que nós não pretendemos; pretendemos, sim, trazer um projeto e discutir. E se houver um projeto do Executivo, fazer como eu fiz: eu também tinha um Projeto meu; foi protocolado um parecido do Executivo, mas aqui é a Casa da democracia, é aqui que nós devemos discutir. Então, eu acho que isso não sobressai, não está passando por cima de nenhum mandato aqui. É um momento de discussão de quem ganhou um Governo e quer direcionar o seu Governo. Obrigado.

 

O SR. DR. THIAGO: Obrigado, Ver. Delegado Cleiton. Não, a gente não está querendo isso, a gente só está querendo preservar o protagonismo dos Vereadores. Se não há, Ver. Delegado Cleiton, e me permita, prejudicialidade com relação aos projetos do Governo, não pode haver prejudicialidade com relação a nenhum projeto de Vereador. Então, nós vamos fazer o seguinte: se o Ver. Ferronato entrar com um projeto hoje, e eu entender e entrar com um projeto amanhã, não é prejudicial. E aí nós vamos discutir no plenário qual o projeto que vai ser aprovado e quem vai ter o protagonismo do processo. É isso aí. Então, eu acho que tem que se reservar o protagonismo dos Vereadores. Se o Governo quer emendar, modificar matéria com o mesmo objeto, ele tem que usar a Liderança do Governo, tem que usar os Vereadores do Governo e fazer emenda em cima do projeto daquele Vereador, e não colocar um outro projeto por cima do Vereador. Isso está errado!

Voltando à Lei específica, quando o art. 2º, § 1º fala dos anexos, os anexos I e II, que falam o seguinte, onde lá vai ser dito sobre os limites de exposição humana aos campos eletromagnéticos. E lá vão ser colocados os locais sensíveis e críticos, aos quais têm que se estabelecer normas específicas. E os anexos I e II não existem nessa Lei. Então, nós precisamos fazer este Projeto voltar às Comissões, mas com ele completo, com os anexos I e II, que deveriam estar desde o início e não estão. É bem tranquilo, é bem simples isso. Não há nenhum juízo de valor, por enquanto, deste Vereador. Agora não se pode votar um projeto sem conhecermos seus anexos, senão vamos estar votando em alguma coisa que não se sabe o que é!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Caro Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero fazer uma saudação especial aos nossos visitantes ilustres do nosso Conselho e aos demais visitantes que estão conosco nesta tarde. Lá em 2010, 2011, eu era Presidente da Comissão da Copa e recebi uma visita aqui na Câmara, dizendo na necessidade da votação urgente de um projeto de lei que viabilizasse avanços para a tecnologia aqui em Porto Alegre; urgentíssimo! Apresentei uma proposta que não foi escrita por mim, foi escrita pela comunidade da nossa área de tecnologia. A partir daí começou o dilema: nós, na Câmara, já fizemos, na Comissão da Copa, umas dez reuniões; depois, mais umas dez, doze ou quinze – e lá se vão três anos, meu caro Presidente, do Comcet; lá se vão três anos ou mais. Porque, na verdade, vem gente aqui dizendo que é a favor do projeto, porque não há provas suficientes para dizer que faz mal; vêm outros aqui radicalmente contra, Ver. Idenir Cecchim. Não há provas suficientes para dizer que não faz bem ou que faz bem. Então, na verdade, isso está virando uma confusão. Está na hora de votar esse projeto, todos querem reunião às quintas, Audiência Pública. E o projeto, não se discute, não se avança. Em 1974, eu era Chefe de Computador do Ministério da Fazenda. No Brasil, havia muito poucos computadores. Doze anos que temos uma lei que trata de tecnologia da informação! Em termos de tecnologia, isso é longo demais. É preciso avançar! Daí, meus caros telespectadores, ouvintes e ilustres visitantes, todos falam que é preciso avançar, inclusive os Vereadores. Só que na hora de decidir, na hora de conversar, na hora de compor, ninguém se reúne! Eu sou um homem que prezo pela formatação de propostas que auxiliem o povo de Porto Alegre, perdendo ou ganhando voto! Eu nunca votei uma matéria aqui pensando que vou ganhar cinco votos a mais ou a menos. Portanto, quando há desavenças radicais, eu compreendi que a solução única é sentar os contendores e dizer: existe este e aquele projeto – vamos ver como formatar um projeto único. O projeto inicial, que apresentei em 2011 – foi dito que ele que terminava com a Lei de 2002. Eu falei que não. Daí, apresentamos, e o Ver. Thiago tem razão, um substitutivo escrito pelo Ver. Beto Moesch, que trata apenas e tão somente da agilização burocrática. Fui eu quem assinou. Acho que fui o primeiro a assinar porque o meu nome começa com a letra “A”. Não é necessário apenas agilizar a autorização burocrática para resolver a questão! Nós precisamos compor um projeto moderno para Porto Alegre, preservando, Ver.ª Melchionna, a questão do cuidado que se precisa ter com o tema. Eu também sou favorável ao cuidado com o tema. Vamos sentar e compor um projeto que auxilie Porto Alegre. Disseram-me que sem um projeto não tem Copa! Falaram-me que sem projeto não tem Copa! Falaram-me! Disseram que era urgentíssimo o negócio. Pois estamos a algumas semanas da Copa e, agora, busca-se mais uma audiência pública! Chega de tanta reunião! Vamos sentar e compor um projeto que seja bom para Porto Alegre e vamos votar! Um abraço e obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. DR. THIAGO: Sr. Presidente, eu tenho um requerimento, com base nesta fala do Ver. Airto Ferronato, que, pelo que nós coletamos na audiência pública da Comissão, acredito que agrade todos: votação do substitutivo de autoria do próprio Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Se os Vereadores me permitirem, acho que muitos não entenderam. Eu estava falando com o Presidente do Comcet, Engº Bertolini, que o que ele falou hoje aqui e o que veio da FIERGS é em relação ao projeto do Ver. Ferronato; não está sendo analisado nem o projeto do Executivo. Então gostaria que, por gentileza... É para entendimento dos Vereadores.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Só uma Questão de Ordem. A FIERGS fala alguma coisa de um projeto de autoria de um Vereador e não fala com o Vereador! O que essa FIERGS quer então? Quem trouxe e quem assinou? Eu quero saber. Toda vez que precisam de um voto eles vêm aí.

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Sr. Edgar Bortolini, Presidente do Comcet, está com a palavra.

 

O SR. EDGAR BERTOLINI: Como Comcet, nós participamos de algumas sessões do Coinfra da FIERGS, do GT de telecomunicações, e infelizmente o presidente do GT, Engº Garcia, não está aqui hoje, mas levarei a ele essa questão. Eu também senti falta no documento, Ver. Airto Ferronato, da autoria ou até de uma identificação do documento. Mas eu queria deixar claro, complementando a minha fala, que o projeto encaminhado pelo Executivo não foi analisado por nós em todas aquelas sessões que relacionei; o projeto sob o qual nós realmente nos debruçamos. Faço esse reparo e o faremos, de forma oficial.

Então o Projeto que nós analisamos na Sociedade de Engenharia, do Comcet, é o Projeto do Ver. Airto Ferronato. No documento que foi encaminhado pelo Executivo, nós notamos muitas falhas, e ele não passou pelo Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia nem pela Federação das Indústrias. Então, como já havia um parecer anterior de várias áreas, nós levamos em consideração aqueles documentos e não levamos em conta esse que está agora para ser votado, analisado, apreciado, enfim.

Então, eu queria deixar este esclarecimento, porque ele é muito importante. Olhando o Parecer da Fiergs, ali, fica claro, exceto a autoria. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Ver. Ferronato, eu quero lhe dizer que, no ofício que veio pelo Heitor José Müller, Presidente da FIERGS, ele não conversou com V. Exa., mas, de forma bem clara, ele coloca assim: “A Federação da Indústria do Rio Grande do Sul, por intermédio do grupo temático de telecomunicações, seu Conselho de Infraestrutura – Coinfra –, entregou a proposta de atualização tecnológica da Lei nº 8.896/2002 em 29/6/2011, na Comissão de Constituição e Justiça desta Câmara, a qual foi protocolada por iniciativa do Ver. Airto Ferronato, passando a denominar-se Projeto de Lei nº 3.279/11”.

Então, como houve a fala, eu acreditei que os Vereadores estavam pensando que se estava tratando do Projeto do Executivo. Por isso eu disse ao Engenheiro Bortolini: “Refaz, porque o que estava sendo votado era o Projeto do Executivo, e o que está sendo analisado – e que foi estudado, discutido por vários órgãos – não é o Projeto do Executivo”. Esse parece que nem sequer foi analisado e nem foi enviado para o Conselho.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Dr. Thiago.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Não, Vereador! Como que não foi enviado para a Câmara? É o Projeto que está para ser votado e que está priorizado! Hoje, pela manhã, foi o tema de toda... É o Projeto do Executivo! Por gentileza, Luiz Afonso.

 

O SR. DR. THIAGO: Sr. Presidente, peço que se observe, no Projeto que está aqui na Câmara, tem os Anexos I, II e III. Só peço que verifique isso. Está bem claro no seu art. 2º: “As ERBs deverão obedecer aos limites de exposição humana a campos eletromagnéticos fixados nos Anexos I e II desta lei...”. Não tem, então, não está completo.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, só um minutinho que eu vou tentar esclarecer. Criou-se uma polêmica, mas acho que é uma polêmica boa, porque, senão, vai dar confusão. Mas o projeto que está sendo solicitado pelo Governo para ser priorizado e votado é o projeto do Governo, que foi enviado a esta Casa no dia 16/12/13.

Vereador Dr. Thiago, para a sua informação, o art. 2º do Projeto do Executivo diz assim (Lê.): “Ficam alterados os Incisos I e II e os parágrafos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 do art. 3º da Lei nº 8.896/02, conforme segue.” Adiante. “As ERBs deverão obedecer aos limites de exposição humana a campos eletromagnéticos fixados nos Anexos I e II desta lei. Sendo que o Anexo I se aplica aos locais sensíveis e críticos e o Anexo II aos demais”. Esses anexos se remetem à Lei nº 8.996.

 

O SR. DR. THIAGO: Professor Garcia, isto é português! Desculpe, é interpretação de texto. Então, este legislador não se sente confortável, porque, pelo meu entendimento – e não é só meu, é de diversos bacharéis de Direito – é desta lei que está sendo votada e não da outra lei, porque, se não, diria da outra lei e não desta lei!

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, para mim, está bem claro, pelo menos, no entendimento deste Vereador. Isto aqui é matéria que nós podemos fazer uma consulta, é simples. Mas o objeto maior que temos que nos apreender é que os Vereadores estão imaginando que estamos falando do Projeto do Executivo e, hoje, as discussões todas nesta Casa, por audiência pública, são por priorização – e o Ver. Reginaldo Pujol não está aqui agora. Inclusive, até hoje, Ver. Ferronato, foi assim, porque V. Exa. havia concordado. Aí, hoje, foi colocado que não, que é priorização. Bom, mas tudo isso baseado no Projeto do Executivo.

O que eu quero colocar, e é por isso que eu fiz e pedi a observação do Engenheiro Bortolini, que o que foi analisado, apreciado, aqui, hoje, foi o Projeto de Lei nº 3.279/11, que foi endereçado ao Ver. Ferronato, e acolhido por ele. E o trabalho desenvolvido tanto pelo Comcet, junto com a FIERGS, junto com o Coinfra, que é o Conselho de Infraestrutura, tudo isso foi baseado no Projeto de 2011. O Projeto do Executivo não foi analisado por nenhum desses órgãos, e, também, não foi remetido ao Conselho. Ou seja, cabeças iluminadas, e vou usar assim, fizeram o Projeto, não vou entrar no mérito da fundamentação, se tem falha ou não, mas esse Projeto não foi analisado e observado sob essa nova ótica. Era isso, e nós vamos continuar com o debate.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em primeiro lugar, tem a discussão que o Dr. Thiago trouxe; a primeira audiência que foi feita sobre o projeto do Governo foi há uma semana, na COSMAM, ele não foi exaustivamente debatido, como disse o Líder do Governo nesta Casa; ao contrário, foi tão patético que o Governo sequer apresentou o próprio projeto que mandou para a Câmara de Vereadores, que muda metragem, que muda distância, que muda altura, que muda uma série de questões da legislação de Porto Alegre para as estações de Radiobase. O Governo sequer apresentou na COSMAM, e nós tivemos a notícia, agora, à tarde, que estão querendo priorizar este projeto que sequer foi apresentado pelo Governo. Parece que foi um projeto construído com claros interesses empresariais, porque sequer a defesa nós temos.

Em segundo lugar, quero dizer que nós, evidentemente ...

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereadora, V. Exa. vai ver o que está escrito; só queria poder desenvolver.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Não, tudo bem, Presidente, agora, todos vieram aqui a este microfone de aparte – alguns – e disseram que o Projeto já foi discutido à exaustão, já está para ser votado, mas eu que quero me colocar terminantemente contrária a isso, e dizer que este projeto não foi discutido, o Governo sequer apresentou o projeto a esta Casa, além dos anexos que estão ausentes.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereadora, a observação que eu fiz foi só para esclarecer os Srs. Vereadores. E hoje, pela manhã, Ver.ª Fernanda, o PSOL não participou da reunião, e a discussão foi toda em cima do Projeto do Executivo.

 

O SR. DELEGADO CLEITON: Presidente, até para reafirmar as suas palavras, o Ver. Thiago está cobrando os anexos, que são remetidos à Lei nº 8.896. É exatamente o que o senhor falou, e ponto final.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, Presidente do Comcet – tive uma boa convivência com o Comcet quando fui Secretário da SMIC. Eu acho que, em algumas coisas, nós misturamos as incompetências e as comunicações – FIERGS, Comcet e Câmara. Eu acho, com todo o respeito, Bortolini, que esse projeto do Executivo teve uma ampla divulgação: foi entregue, aqui, na Câmara de Vereadores, pelo Prefeito, pelo Secretário, por todo mundo. Eu não sei como é que o Comcet, a FIERGS, e etc. não sabiam disso! Não deveriam nem ter apresentado isso hoje à tarde, aqui. Se há um projeto, que está andando, do Executivo, por que não se interessar um pouquinho mais por isso? Vão ter que se interessar mais! Tem certas coisas que estão muito demoradas, não importa se são da FIERGS – eu sou filiado ao Sindicato dos Metalúrgicos da FIERGS – ou de quem quer que seja. Tem um projeto do Executivo, e o autor do outro projeto, o Ver. Ferronato, como Líder do Governo, priorizou o do Executivo, e não o dele. Então, para mim, está resolvido! Não tem nem que se ouvir sobre o resto. Então que chamem o Comcet ou alguém para dar opinião sobre o projeto que está andando, agora, para ser votado, que é o que vai valer! Os empresários sempre dizem que tem que andar mais rápido, mas demoram um ano e meio para dar um parecer, e ficam discutindo, em 20 reuniões, em 40 reuniões. Que rapidez é essa? Eu também sou empresário. Estão atrasando! Sim, senhores, a FIERGS, desta vez, ajudou a atrasar – temos que começar a dizer essas coisas –, assim como atrasaram todos os projetos da Copa, que ofereceram para a Prefeitura de graça. Tem mais burocracia lá do que no Executivo Municipal. Temos que começar a dizer as verdades, porque é muito bonitinho falar sobre o empresário... Não é nada disso! Eu sou empresário e sei como é que funciona. Então tem muita burocracia e pouca objetividade.

Vereador Ferronato, o senhor é Líder do Governo e o Ver. Pujol pediu a priorização, pelo art. 81. Então, acho que não temos o que discutir, a priorização foi pedida, vamos atrás daquilo que foi pedido! Este é o projeto que será votado, não será o do Ver. Ferronato. Eu lembro quando pediram para V. Exa. apresentar o projeto, porque é necessário para a Copa, para Porto Alegre, mesmo que não tenha a Copa! É necessário que se ponha a modernidade ou que se pare de reclamar do serviço das telefonias. Como vão funcionar os serviços de telefonia móvel se não podem ser instaladas as radiobases, Ver. Thiago? Não há como atender às exigências se não dão condições de fazer a infraestrutura! Esse negócio de que faz mal para a saúde, eu não entendo, não sou médico! A licença é para atrasar, são os tranca-ruas que pedem! Porque no mundo todo funciona e ninguém fica doente! Será que só em Porto Alegre se fica doente com as radiobases, com as ERBs? Não! O mundo todo funciona assim! Se faz mal em Porto Alegre, deveria fazer mal em Roma, Paris, Nova Iorque; mas lá não faz mal! Só nós que somos sabidos? Só o nosso pessoal que sabe o que é bom para a saúde? É o pessoal do atraso, de quem quer subir no cipó e gritar! Não querem serviço de telefonia, bom! Eu não falei com ninguém de telefonia, não atendi ninguém no meu gabinete, não sei o que eles pediram! Mas eu sei o que é bom para Porto Alegre e para a telefonia! E tem que votar com urgência, sim, o projeto do Governo, o que foi priorizado! Eu votarei no que for mais rápido: se o projeto do Ver. Ferronato estivesse antes, seria o dele; mas como o do Executivo está na Pauta, vamos votá-lo para que essa modernização em Porto Alegre ande rápida, senão vamos ficar para trás por incompetências coletivas!

 

O Sr. Dr. Thiago: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só quero ratificar, Ver. Cecchim, que eu não sou contra o progresso e nem nunca fui. Mas eu acho que tem que se preservar aquele projeto que estava mais completo, que é o do Ver. Ferronato, e que acaba com o burocracia que V. Exa. comentou, que é o grande problema das ERBs. Então, nós precisamos de uma licença ambiental única, para acabar com a burocracia, e para se ter realmente um processo dentro disso.

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu estou na mesma linha, que se desburocratize e que modernize a cidade de Porto Alegre. Então, Sr. Presidente, este é o meu desabafo com os meus Pares: se vai dar opinião, que tenha a informação do que está acontecendo na Câmara, todos os dias. Não é pegar a informação do ano passado e não se atualizar; aqui a coisa é muito rápida, e o Comcet sabe disso, porque é um órgão que entende muito, é rápido e instantâneo. Então, vamos começar a olhar a página da Câmara, todos os dias, para ficarmos informados. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Cecchim. A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Há discursos que não mudam nunca. E é impressionante como os grandes empresários da telefonia e os seus defensores seguem querendo pegar carona com a Copa. É um negócio escandaloso! Escandaloso o que se processa na cidade de Porto Alegre. O que se tentou fazer no ano de 2011, quando um Projeto de Lei rasgava a legislação das ERBs, de 2002, uma conquista do movimento social de Porto Alegre, construída a quatro portas, da FIERGS, rasgando o princípio da precaução com o interesse claro de anular as multas milionárias que as empresas de telefonia devem para a cidade de Porto Alegre. Por isso estão lá antenas ilegais em lugares que são proibidos e em distâncias que são proibidas pela lei.

Felizmente, houve uma mobilização muito forte. E aquele projeto não prosperou, porque teve mobilização, porque teve a participação dos ambientalistas, porque teve a participação do Ministério Público, que disse que aquilo era vergonhoso. Não prosperou! Teve o substitutivo do Ver. Beto e o do Ver. Airto Ferronato. Substitutivo que trata apenas do licenciamento, e sobre o qual eu ainda tenho uma série de dúvidas. E depois nós vimos dois movimentos acontecer. Primeiro, o lobby sistemático das empresas de telefonia. Quando o Procon suspendeu – e está aí a Flávia do Canto – a venda de chips, suspendeu em vários lugares do Brasil, não foi só em Porto Alegre – foi pelos serviços que as operadoras não tinham nenhuma condição de oferecer aos usuários, ao povo brasileiro, que compra esses aparelhos e chega à sua casa uma conta com cobranças embutidas, com uma velocidade que não é a adquirida, com venda casada, numa série de procedimentos ilegais. Com tudo isso, as operadoras são a maior causa de reclamações no Procon.

Em São Paulo, que não tem legislação como a nossa, os índices da Anatel – que não é nenhum exemplo de padrão nacional – mostram que São Paulo é pior do que aqui, do que o Município aqui do Interior que não tem nenhuma legislação; a velocidade e os pontos cegos são piores do que em Porto Alegre. Então, a culpa é da preservação do meio ambiente, ou de empresas de telefonia que foram beneficiadas no processo de privatização, que não têm controle da Anatel, que vendem serviços irregulares, que terceirizam os trabalhos, exploram os trabalhadores, que cobram contas abusivas da população? E as agências de regulação, como a Anatel, que deveriam fiscalizar, muitas vezes defendem os interesses de quem deveria ser fiscalizado. Quem é o verdadeiro culpado?

E vem de novo o mesmo papo-furado dos defensores de interesses privados de que tem que ter mudança na lei para a Copa. Quanta demagogia! Na Copa, é verdade, dá problema, porque tem muito sinal, muito telefone celular, muita gente falando ao telefone. Mas teve cidades, países que, durante a Copa, colocaram estações móveis, o que permitiu que fossem cobertos os sinais. Em vários lugares do mundo isso aconteceu, inclusive na África do Sul. Mas isso eles não falam, porque querem mexer na nossa lei. E os grandes defensores da legislação, eu tenho certeza absoluta, não sabem o que é fotocell, não sabem a metragem que está sendo prevista e que permite transformar Porto Alegre num paliteiro, porque dizem que uma antena de 20 metros não é torre. Imaginem 20 metros! Não é torre?!

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da Vereadora.) Vossa Excelência faz um apogeu do apocalipse bíblico: vão morrer os brasileiros! Todo brasileiro vive com um telefone celular na orelha. V. Exa. acredita que nós estamos aí pensando em quê? Pensando no bem do cidadão de Porto Alegre, que precisa usar o seu aparelho celular com...

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Ver. Ferronato, os seus ouvidos só devem estar abertos para os interesses empresariais, o senhor não ouviu o meu discurso. Eu não falei nada de saúde, não falei em câncer. Eu ainda não falei disso, vou falar. Mas os seus ouvidos estão ouvindo só o peso das empresas de telefonia. Porque eu não falei nada dos casos de saúde que foram apresentados aqui na Comissão e a regulamentação das ERB’s como padrão 2 pela Organização Mundial da Saúde junto com a ...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, eu quero uma Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Vereador, primeiro eu vou deixar a Ver.ª Fernanda concluir o seu discurso. V. Exa. já se inscreveu e já fez uso da palavra, mas vou lhe permitir que fale. Peço que a Vereadora conclua.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Então, Presidente, eu ainda não tive oportunidade de falar das questões da saúde. O Ver. Ferronato certamente não estava ouvindo o meu discurso, falarei das questões da saúde. O senhor pode ter certeza que eu falarei das questões da saúde. Mas eu acho que esse projeto não teve nenhuma audiência pública, não teve nenhum debate. Foi tão patética a audiência da COSMAM, que o representante do Governo sequer apresentou o projeto. Parece que nem os integrantes do Governo conhecem o seu próprio projeto. E isso é preocupante. Eu acho que a Câmara, que tem tradição de fazer audiências públicas não pode colocar na Ordem do Dia um projeto que não foi sequer explicado pelo Governo.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Por gentileza, Ver. Ferronato.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, eu gostaria da atenção da Ver.ª Fernanda Melchionna. Em primeiro lugar, eu gostaria que ela retirasse a sua manifestação dizendo que eu estaria aqui a interesse dos empresários.

 

(Manifestação da Ver.ª Fernanda Melchionna fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Não vai? Eu não falei demagogia. Se a Vereadora, que fala horrores, provar que eu recebi das empresas de telefonia de qualquer parte do Brasil e da FIERGS – eu estou aqui desde 1989 – dez centavos, Ver.ª Fernanda, se V. Exa. comprovar, eu renuncio ao meu mandato. Agora, se ela não comprovar, quem renuncia é ela. Eu faço essa aposta com ela. (Palmas.)

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Mais uma vez o Ver. Ferronato não ouviu o meu discurso. Eu disse que ele estava ouvindo os interesses dos empresários. Ele pode pedir as notas taquigráficas, é papel, é dever, é público. Eu falo na tribuna, já falei na tribuna, já está falado que não ouviu o meu discurso e estava ouvindo os interesses dos empresários que querem votar esse projeto. Nós queremos que o povo seja ouvido.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Eu vou requerer, então, as notas taquigráficas.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Pode requerer as notas taquigráficas, elas estão à disposição.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Eu mantenho a minha proposta.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): A proposta, para ser aceita, tem que ser de ambas as partes. Mas o requerimento das notas taquigráficas vai ficar à sua disposição.

O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Comunicações e, depois, prossegue em Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, membros do Conselho, eu fui Presidente da CPI da Telefonia nesta Casa, então, eu quero começar falando sobre o que me levou a fazer, a pedir, a conseguir que mais de 26 membros desta Casa assinassem o pedido de CPI. A razão de tudo isso é que eu tenho um serviço que eu não consigo usar. Eu tenho um serviço que me disponibiliza uma série de coisas: acesso a redes sociais, envio de mensagens, envio de torpedos, uma série de coisas; mas o principal serviço é o direito de falar, de me comunicar. Só que esse serviço que me é disponibilizado eu uso muito como lanterna, como rádio – essa tem sido a função dos aparelhos celulares. Se eu estou mentindo, alguém me diga que o seu telefone funciona bem em Porto Alegre. Isso nos levou a pedir uma CPI e a fazer uma CPI nesta Casa, que usou o tempo máximo permitido pelo Regimento. Nós ouvimos todas as operadoras de telefonia nesta Câmara, nós ouvimos os dois lados, os que dizem que a antena faz mal à saúde e os que dizem que a antena não faz mal à saúde; nós ouvimos o povo de Porto Alegre, que quer um serviço que esteja à disposição dele. Mediante isso, nós fizemos um relatório que foi aprovado por todos os membros da CPI, onde foram incluídos destaques. Eu mesmo, como Presidente da CPI, apresentei um destaque relacionado àquilo que a Ver.ª Fernanda falou, que as operadoras disponibilizem antenas móveis para quando tivermos grandes eventos em Porto Alegre. Não eventos que gerem lucros, não eventos como a Copa do Mundo, sobre a qual muitos vêm falar desta tribuna, que custou R$ 25 milhões aos cofres públicos, que cada jogo em Porto Alegre vai custar R$ 5 milhões. Na Copa do Mundo, somente no primeiro jogo em Porto Alegre, a FIFA irá arrecadar mais de R$ 26 milhões somente em ingressos. Eu não estou preocupado com a Copa do Mundo, não estou preocupado, mesmo, com a Copa do Mundo! Estou dizendo que eu estou me lixando para a Copa do Mundo, estou preocupado é com o antes e com o depois da Copa do Mundo. Porque, no dia da Copa do Mundo, os caras vão parar os caminhões aqui em Porto Alegre, vão botar as antenas deles, e o telefone vai funcionar. Eu quero saber o que vai acontecer depois que a Copa do Mundo passar! É isso que eu quero saber!

Quando aconteceu aquela tragédia em Santa Maria, o Pronto Socorro de Porto Alegre não podia usar uma unidade móvel de telecomunicação. Lá em Santa Maria, na frente do hospital, tinha um caminhão com uma baita de uma antena, possibilitando acesso a todos os familiares do incêndio da boate Kiss. Só que esses familiares que estavam em Santa Maria não podiam se comunicar com o familiar que estava no Pronto Socorro de Porto Alegre. Eu quero discutir essas coisas, eu quero o direito de falar. Eu não quero saber se o celular tem Facebook, tem Twitter, tem WhatsApp, essa montoeira de porcaria, eu quero é falar! Eu quero é pegar o telefone, falar com o meu filho e saber como ele está depois que saiu da faculdade! Eu quero ligar para minha esposa e saber como é que ela está depois que saiu do serviço, se precisa de alguma coisa. Eu quero o direito de falar! E se a antena faz mal, vamos acabar com a televisão! Nada faz mais mal, eu me criei no bairro Partenon, do que aquele morro das antenas. Isso eu ouvi aqui, nesta Câmara de Vereadores, dos contrários e dos favoráveis, porque, aqui no Rio Grande do Sul, é uma infelicidade esses maragatos e chimangos, esse clima Gre-Nal. Mas nós ouvimos aqui os favoráveis e os contrários, o professor que é favor, o professor que é contra, o médico que é a favor, o médico que é contra e, todos eles, favoráveis ou contrários, disseram que o que faz mal é a grande antena. O que faz mal são as antenas que estão lá no morro. E eu me criei no Partenon. Na Sexta-Feira Santa eu ia pegar marcela perto das antes, e subia lá nas antenas, até uma pichação, naquele morro, eu fiz em uma época eleitoral. E não peguei nenhum câncer. Não se tem conhecimento de registro de câncer de pessoas que usaram celular, gente! Não tem! Não se tem um registro no Pronto Socorro de Porto Alegre, não se tem um registro no Hospital de Clínicas, no Conceição, no Hospital Moinhos de Vento, porque se pode dizer: o setor público não registra isso. Não tem! O que se tem são centenas e milhares de registros de pessoas que não conseguem usar o seu celular; o que se tem é um serviço que não é disponibilizado. Tem é ter uma regra clara para usar o celular, uma regra clara para que as pessoas possam usar esse bem de serviço. Para vocês terem uma ideia do que estamos falando: se o prédio da Câmara – e aí a lei é falha – tiver uma antena em cima, e aqui nós resolvermos ampliar o ambulatório, pela lei atual nós temos que tirar a antena. A lei atual diz isto: se tiver uma clínica, se tiver um posto de atendimento, se tiver uma creche, se tiver uma escola, não pode ter antena. Ela não prevê nem quem chegou antes. Ela não prevê, por exemplo, que se construir um hospital na Restinga não pode ter uma antena beneficiando todas as pessoas da Restinga, só que a antena estava lá antes. A antena, conforme os técnicos, poderia ficar em cima do hospital, que não iria trazer mal algum às pessoas. Acho que temos que parar com esses mitos, nós temos que discutir do que a população precisa para o mês que vem e, principalmente, para o mês de agosto, setembro, outubro, novembro, para a vida, que é usar esse bem, que é ter acesso real a esse bem, que ele seja disponibilizado para as pessoas, que as contas sejam transparentes, que tenham lojas de atendimento para que as pessoas possam ir pessoalmente pedir para cancelar, não é ficar uma hora preso ao telefone. Tem um relato de um cidadão em Uruguaiana que enfartou ao telefone esperando o atendimento. São nessas coisas que a gente quer que a Cidade avance, e acho que a Cidade pode avançar, independente de Copa do Mundo, independente do que venha a acontecer nós temos que preparar a Cidade para o seu povo. Não é para o estrangeiro que vai ficar 30 dias aqui e depois ir embora. “Ah, mas tem que preparar...” Quem é que vai vir da Inglaterra para comprar roupa no Brasil? Os caras vão vir aqui para comer e beber, no máximo levar como recordação uma cuia e uma bomba. É isso, gente. Vocês acham que eles vão entrar numa loja da Rua da Praia e comprar? Só se a mala deles for extraviada, for roubada, aí vão ter que comprar roupa. Do contrário, eles vão vir da Europa para comprar roupa em Porto Alegre? “Ah, nós temos fama de ter grandes confecções, nós temos fama de ser o maior produtor, do mundo, de vestuário”. Eles vão comprar nossas camisas do Grêmio e do Inter, no máximo; no máximo uma bombacha, é isso que eles vão comprar.

Eu acho que o legado que esta Copa pode deixar para o povo de Porto Alegre é ter melhorias em algumas áreas, e uma das áreas que pode melhorar a vida do povo de Porto Alegre é o uso do telefone, esse bem que nos é ofertado e não nos é entregue. A gente vê milhares de propagandas: “Usem a empresa tal”, que agora, na Copa, dão casa, dão carro, dão prédios, dão um inferno, mas não dão o direito de ligar, não dão o direito de as pessoas falarem entre si, não dão o direito de, numa estrada, ter um telefone celular que funcione, por ter sempre esse clima de Gre-Nal, de maragatos e chimangos.

Temos que legislar para a população de Porto Alegre, temos que legislar para as pessoas que usam o telefone, independente de Copa do Mundo, independente de qualquer outra coisa, e este caminho a CPI da telefonia apontou, que é construir um projeto que possibilite que as pessoas tenham acesso ao telefone celular para falar, para pedir ajuda, para pedir socorro, para se comunicar com sua família. Isso é o que as pessoas nos pediram, isso é o que as pessoas querem, o direito de falar ao telefone, o direito de usar este produto que é oferecido. Com força e fé eu acredito que a gente vá permitir que as pessoas entrem em contato com seus familiares, que as pessoas namorem ao telefone, que as pessoas façam negócios ao telefone, coisas que hoje em dia são impossíveis de se fazer na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul e em boa parte do Brasil. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, acho que o Ver. Janta está meio pessimista, meio aborrecido com a Copa, mas acho que esta Copa vai deixar muito legado e, certamente os turistas vão comprar. A gente tem a base da gente, Vereador, que quando viaja para um outro País, a gente compra, e assim vai acontecer aqui no Brasil, isso vai repercutir muito, essa Copa do Mundo. Muito, muito, muito! Tenho certeza absoluta.

Eu mesmo critiquei o Ver. Janta várias vezes, quando começou a CPI e ele me deu o relatório da CPI: “O meu telefone está caindo, o sinal”, avisando o Ver. Janta. Até agora não melhorou, mas confesso que o senhor também está nessa linha, está cobrando e o sinal tem que funcionar. E muita gente reclama, Ver. Janta, que tem lugares em que não funciona! É só ir a um evento, no Grêmio ou no Internacional, num jogo grande, já não funciona o celular, não funciona nada. E aí começa a reclamação.

E há os tranca-ruas, que gostam de trancar, há a “burrocracia”. E este projeto está há muito tempo aqui, já foi debatido várias vezes e já deveríamos ter votado, para termos uma tecnologia avançada imediatamente. Se no outro lado do mundo é bonito, por que é que aqui não pode? As pessoas viajam e lá funciona que é uma beleza, aqui não funciona.

Então, seja o projeto do Executivo, seja do Ferronato, se é bom para a Cidade, se é bom para todo mundo que usa a tecnologia, eu voto favorável e que seja rápido, Ver. Professor Garcia. Daqui a pouco nós vamos querer novamente audiência pública para conseguir, porque as audiências públicas acontecem aqui para não deixar. Se fosse para um acordo, tudo bem, mas nunca concordam com nada! E aí é difícil, Ver. Dr. Thiago. Quando não querem deixar as coisas funcionar, aparecem vários tranca-ruas. E eu costumo dizer que é hipocrisia, porque reclamam, reclamam, reclamam, reclamam, nunca estão satisfeitos.

 

O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, só para lhe informar que na segunda-feira retrasada, na reunião de líderes, o Governo deu o.k. para fazer uma audiência pública. O Governo disse que esta Casa tem que fazer uma Audiência Pública, porque foi pedida por algumas entidades, através do Ver. Mauro Pinheiro. E o Governo deu o.k. para fazer uma audiência pública. Hoje, na reunião de Líderes, nós estávamos discutindo o que é prioridade. O Regimento desta Casa, a Lei Orgânica do Município diz que o pedido de audiência pública tem que ser acatado conosco, e nós temos o pedido do art. 81 nesse projeto. Então, hoje foi uma manhã inteira de discussão em função disso. Então, há um pedido de audiência pública, que retira o direito do art. 81 que têm membros desta Casa.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Ver. Janta, me parece que, se o pedido do art. 81 foi feito antes, acho que tem que valer primeiro o art. 81. Há vários projetos meus que foram votados pelo art. 81. Mas eu não sou contra audiência pública; só sou contra, porque, geralmente, querem audiência pública para não deixar andar o projeto, para não deixar funcionar. Existe aquele problema: nada pode fazer, nada funciona. Se for da base aliada, ou se o Governo que apresentou, não dá para deixar passar.

Então, quero dizer aos senhores, eu quero votar este projeto. Eu quero que esta Copa do Mundo deixe um grande legado, principalmente para o Município, para o Estado, para o Brasil. Nós sabemos a mania dos paulistas e dos cariocas de dizer que aqui nada se faz, porque aqui se tranca tudo, não se consegue licença ambiental, não consegue nada, porque aqui é a cidade do tranca-rua. E como tem tranca-rua! Então, quero dizer que eu sou favorável, imediatamente...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Obrigado, Ver. Brasinha. Quero registrar, desculpem a falha, a presença da nossa Presidente do Procon, Flávia do Canto Pereira. Flávia, quero agradecer a tua presença, sempre atenta, pois esta é uma questão da Casa e da Cidade.

Quero passar a palavra ao Professor e Engenheiro Edgar Bortolini, Presidente do Comcet, para as considerações finais, e falar também sobre o que ele ouviu dos diversos Vereadores.

 

O SR. EDGAR BORTOLINI: Sr. Presidente, Ver. Professor Garcia, gostaria de, mais uma vez, agradecer a oportunidade de o Comcet estar aqui presente. Ouvindo as falas dos Vereadores e da Vereadora, observei que esta Casa tem à disposição uma força-tarefa enorme de técnicos, e eles são gratuitos – uma consultoria gratuita, não custa nada. Muitas vezes, nós buscamos uma consultoria internacional, pagando em dólar. Vocês têm uma força! Nós somos todos voluntários, não ganhamos absolutamente nada, nós queremos o bem de Porto Alegre. Se colocarmos o tema do Comcet dentro da Sociedade de Engenharia, deve haver oito mil, quinze mil engenheiros se pronunciando sobre aquele tema. Então, vocês têm uma força-tarefa em várias instâncias. A Softsul, que está aqui representada pelo Eduardo Peres, enfim, tem várias entidades ali presentes dentro da Softsul que têm uma massa crítica enorme e conhecimento. Então, quando tem esses temas técnicos que são áridos, são muito técnicos, não custa nada, é de graça. Manda um ofício ao Comcet e solicita o parecer do Comcet. Imediatamente, nós colocamos esse assunto em pauta em nossas reuniões e vamos dar um parecer que é isento, porque muitas entidades fazem parte do Conselho. Ali ele não tem um matiz determinado, não tem um partido político. Então, a opinião final vai ser da maior qualidade. Ela vai ser neutra, ela vai ter uma neutralidade. O que queremos é o bem da ciência, da tecnologia, da inovação aqui na nossa Cidade. Então, usem o Comcet – essa seria a minha recomendação. Ele é de graça e é bom, ajuda. Ele está à disposição para vocês usarem. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Mais uma vez, quero dizer que foi uma tarde enriquecedora. A polêmica faz parte da Casa, e eu sempre digo: as benditas divergências.

Quero, mais uma vez, agradecer a presença do Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia – Comcet, na figura de seu Presidente, Professor Engenheiro Edgar Bortolini e do seu Vice-Presidente, Eduardo Peres. Agradecemos a presença da entidade, dos senhores Vereadores e vamos fazer um rápido intervalo para as despedidas.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h32min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia – às 17h33min): Estão reabertos os trabalhos.

Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h33min.)

 

* * * * *